São Paulo, sexta-feira, 08 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Livreto critica importados

DA REPORTAGEM LOCAL

A invasão indiscriminada de carros importados é uma ameaça à sobrevivência da indústria automobilística nacional. Essa é a mensagem principal do livreto de 20 páginas que a Autolatina está entregando aos seus 48 mil funcionários.
"Automóveis Importados - Ameaça à Indústria Nacional" procura mostrar o que aconteceu com a indústria e com os empregos em países que reduziram ou eliminaram completamente as taxas de importação de carros.
Na Austrália, segundo o texto, as importações subiram de 54 mil unidades em 87 para 140 mil em 92 e 20 mil trabalhadores perderam os empregos.
Na Argentina, a abertura às importações entre 78 e 81, provocou o fechamento da Citroen, GM e Chrysler e os importados passaram a ter 22% de participação no mercado. Nos EUA, as importações japonesas "eliminaram 200 mil empregos diretos entre 78 e 81".
"Decidimos mostrar a todos os empregados o que significa, na prática, a entrada, sem nenhum controle, de carros importados no Brasil", explica Miguel Jorge, vice-presidente de Assuntos Corporativos da Autolatina.
Segundo a Autolatina, a abertura do mercado deve ser lenta porque "o mercado brasileiro é pequeno: apenas 1,2 milhão de unidades contra 13 milhões nos EUA, outros 13 milhões na Europa e 7 milhões no Japão".
No livreto, a Autolatina sugere a implantação de "quotas de importação variando de 3,5% a 7% do total do mercado interno, por classe de veículo, por período mínimo de sete anos".
Miguel Jorge diz que a Autolatina não é contra a abertura do mercado aos importados, "mas precisamos ser realistas. Há excesso de capacidade ociosa no mundo e é possível exportar veículos para o Brasil a preços com os quais não podemos concorrer.

Texto Anterior: Produção de carros bate novo recorde
Próximo Texto: Renault passa a Honda e assume a liderança entre os importados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.