São Paulo, domingo, 10 de abril de 1994 |
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Profissionais se 'aliam' ao relógio
DENISE CHRISPIM MARIN
Uma pesquisa com 500 executivos norte-americanos feita pela Ernst & Young em 92 mostrou que os maiores desperdiçadores de tempo são as interrupções por telefone, visitas não programadas, reuniões e mesa desorganizada. No Brasil, as pesquisas apontam outros problemas. O consultor Renato Bernhoeft, 51, questionou executivos de 82 empresas no país e concluiu que muitas vezes suas próprias atitudes colaboram com o desperdício de tempo. Bernhoeft esclarece que lidar com muitas tarefas distintas ao mesmo tempo, não definir prioridades e prazos e até não delegar certas tarefas são erros comuns. Segundo Boris Drizin, 52, consultor em desenvolvimento gerencial, aprender a lidar bem com o tempo é uma missão que depende da mudança de hábitos do profissional. E isso não acontece da noite para o dia. Em dezembro de 93, a Epec, empresa produtora de componentes eletrônicos, convocou sua equipe de 18 executivos para uma palestra sobre gestão do tempo. A empresa havia acabado de passar por um processo de reestruturação que provocara um corte de 25% de seus empregados, em todos os níveis hierárquicos. Quem "sobreviveu" acabou acumulando mais tarefas. "A utilização eficiente do tempo estava se tornando crítica na empresa", diz o diretor-gerente Ulisses Parmeziani, 36. "Chegamos à conclusão de que cometíamos erros até ao telefone." Como resultado, as reuniões semanais foram reduzidas de quatro para apenas uma, com pauta e duração definidas. Para Parmeziani, até as jornadas de trabalho se tornaram mais brandas –caíram de 13 para 10 horas diárias. "Estou me tornando mais disciplinado." Próximo Texto: Sem tempo, enlouquecemos Índice |
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