São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994
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Goleada não encobre falhas do Corinthians

WILSON BALDINI JR.
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

O time do Corinthians precisou de apenas 14 minutos de bom futebol para golear por 4 a 0, anteontem, a Ponte Preta, em Campinas.
Apesar da larga margem de gols a favor, o setor defensivo da equipe do técnico Carlos Alberto Silva voltou a repetir as falhas das últimas partidas.
No 1º tempo, a Ponte Preta dominou o jogo. Os rápidos pontas Mauricinho e Esquerdinha criavam boas oportunidades, que não eram aproveitadas pelo centroavante Arnaldo.
Os laterais corintianos, Leandro e Elias, não conseguiam deter os atacantes adversários e ainda faziam faltas próximas de sua área.
As cobranças dessas faltas eram endereçadas ao zagueiro Pedro Luiz, que, com o desentrosamento de Gralak e Moacir –que só haviam jogado uma partida juntos–, sempre levava perigo ao gol de Ronaldo.
Na etapa final da partida, esperando uma pressão maior por parte da equipe de Campinas, Carlos Alberto Silva armou um esquema defensivo e procurava utilizar os contra-ataques.
Apenas Viola e Marques ficavam no ataque. Jogadores como Casagrande e Marcelinho, acostumados a atacar, também foram orientados a cuidar da marcação de meio-campo.
O sistema deu certo. Com espaço para avançar, a Ponte foi ao ataque e se desgastou fisicamente. Um exemplo disso foi o lateral-direito Marques, que teve de ser substituído com cãibras.
Percebendo esta deficiência do adversário, Carlos Alberto retirou o volante Embu (com funções defensivas) e colocou o atacante Rivaldo.
Assim, Marcelinho foi liberado para atacar pela direita. Marques continuou pela esquerda e Rivaldo, junto com Casagrande, fazia um trabalho de revezamento na armação das jogadas de meio-campo.
A partir dos 31min, a partida foi toda do atacante Marcelinho. O jogador deu passes para os gols de Rivaldo, Marques e Marcelinho Paulista (que havia entrado no lugar de Casagrande) e ainda completou o placar com um forte chute de fora da área.
Mas mesmo com a vitória, o técnico corintiano mostrava-se preocupado com o rendimento da equipe. "O placar foi muito dilatado. Ainda temos muitos problemas para serem resolvidos na equipe", disse Carlos Alberto Silva.
"Fizemos faltas desnecessárias, tivemos problemas no posicionamento da defesa e erramos muitos passes", afirmou.
Para a partida de quarta-feira, contra o Mogi Mirim, no Pacaembu, o treinador não poderá contar com o zagueiro Gralak e o meio-campo Embu –suspensos por terem recebido o terceiro cartão amarelo.
O zagueiro André Santos –ex-júnior corintiano– pode fazer sua primeira partida entre os profissionais. Ele deverá formar a dupla de zagueiros de área junto com o meio-campista Moacir, que mais uma vez deve jogar deslocado. Wilson Mano e Henrique devem continuar de fora, pois estão machucados.
Outra dúvida do técnico é quanto à utilização de Rivaldo. O jogador teve boa atuação, anteontem, jogando no meio-campo. "Podemos jogar juntos. Desta forma, teríamos cinco opções de ataque", disse Casagrande.
O meio-campo Marcelinho Paulista, 20, está sendo preparado por Carlos Alberto Silva para passar o mesmo período de "adaptação", pelo qual foi submetido o atacante Marques. "É necessário muito cuidado para lançá-lo no time titular", afirmou o técnico.
"Ele deverá ficar no banco de reservas e entrar mais constantemente nas partidas. Assim como foi feito com Marques", concluiu.
O Corinthians só volta a disputar a Copa do Brasil, dia 19, em Porto Alegre. O time fará sua estréia na segunda fase da competição, contra o Grêmio. A partida de volta acontece dia 20 de maio, no Pacaembu.

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