São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994
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Maya viveu na Virginia e não gostou dos "pais"

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Maya viveu na Virginia e não gostou dos 'pais'
Quem faz intercâmbio às vezes tem que passar por problemas sérios. Maya Pinsky, 17, enfrentou uma barra pesada nos Estados Unidos.
Ela não se adaptou à família que a "adotou ". "Os meus pais americanos eram muito caretas. Eu não podia assistir MTV porque eles falavam que tinha pornografia, me prendiam e ainda me obrigavam a frequentar a igreja deles", reclama.
Segundo ela, seus pais adotivos não conversavam com ela. Por isso se sentia muito sozinha em casa.
No início, Maya tentou se adaptar. Mas, no fim do período de seis meses que passou por lá, quis trocar de família e não conseguiu. "A agência que fez o intercâmbio não fez a troca", diz.
Os problemas que teve em casa, Maya compensou com a vida social. Ela fez um monte de amigos e arranjou até um namorado alemão. "Nós fizemos uma turma enorme, foi maravilhoso."
Depois ela até passou três semanas na casa de uma amiga americana. Tudo para fugir dos pais postiços.
A escola em que estudou também era legal. "O colégio era enorme, tinha 1.600 alunos e era todo aparelhado", conta.
Maya diz que não sofreu preconceitos por ser brasileira. "Eu falava para eles que o Brasil era o máximo e fazia todo mundo ficar com inveja de mim, contava das discotecas e de como a gente se diverte por aqui."
Maya conta que amadureceu tanto durante o intercâmbio que agora está com dificuldades de se readaptar ao Brasil.
"Eu amadureci muito, e tudo aqui continuou igual. Sinto até que estou perdendo alguns amigos por causa disso", diz.

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