São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994
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Escândalo derruba chefe da PM na Baixada

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O tenente-coronel Antônio Maria Claret, ex-chefe do 21º Batalhão da PM, foi preso ontem pela Corregedoria da PM. Ele é acusado de liderar um esquema ilegal de segurança privado, que teria movimentado US$ 500 mil de dezembro de 93 a fevereiro passado.
Além dele, também foram presos outros quatro capitães do batalhão acusados de participar da "caixinha" da PM para policiar praias do Guarujá (SP). Eles ficarão detidos por quatro dias.
O comandante-geral da PM, coronel Francisco Profício, afastou o chefe da PM na Baixada Santista, coronel Jorge Raimundo da Silva. A corregedoria investiga se Silva foi omisso no caso da "caixinha".
Em seu lugar, foi nomeado o coronel Alberto Tarjas Neto. Para chefiar o 21º Batalhão, foi nomeado o tenente-coronel Adílson Cola.
Na tarde de ontem, o Procurador-Geral de Justiça, José Emmanuel Burle Filho, 50, designou dois promotores para acompanhar a investigação do esquema.
Segundo a corregedoria, o 21º Batalhão tinha uma escala de trabalho falsa. Os PMs eram obrigados a trabalhar como "fiscais de praia" no horário de folga.
O dinheiro para o esquema viria de empresários ligados à Prefeitura do Guarujá e de vales-refeições e diárias alimentação (ajuda de custo) pagos ilegalmente pelo Estado. Os pagamentos seriam feitos em dinheiro e sem recibo.
A corregedoria também está apurando a participação do tenente José Messina Filho no caso. Messina é o chefe de gabinete do prefeito do Guarujá, Ruy Gonzales.
A Folha procurou ontem de manhã, por telefone, o prefeito em seu gabinente. Sua assessoria informou que ele não estava.
A corregedoria pedirá a quebra do sigilo bancário dos PMs. Com as prisões de ontem, já são 12 o número de acusados detidos. Cerca de 60 PMs são suspeitos no caso.

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