São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 1994
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Reeleição do presidente fica mais difícil

DO ENVIADO ESPECIAL

O resultado definitivo das eleições de domingo surpreendeu os analistas, que esperavam um triunfo mais definitivo do menemismo.
Os mais surpresos foram os homens do círculo próximo a Carlos Menem, que na noite de domingo, assustados com o crescimento da Frente Grande (FG), ensaiavam alguma explicação.
Com os resultados consolidados, sabe-se que Menem terá que trabalhar dobrado para conseguir as mudanças que deseja –principalmente a reeleição.
O jornalista Joaquím Morales Solá, um dos mais respeitados analistas políticos do país, disse à Folha que "a reeleição do presidente, que até sábado era quase uma realidade, entra em compasso de dúvida".
Para ele, a eleição aumenta a dependência de Menem em relação a Eduardo Duhalde, governador de Buenos Aires, "principal responsável pela vitória numérica do governo" e ao ministro da Economia, Domingo Cavallo, "que volta a ser fiador da política menemista".
O Pacto de Olivos, assinado em novembro de 1993 entre Menem e Alfonsín, implicava na reeleição e na criação do chefe de gabinete. Só que "Chacho" Alvarez, líder da FG, disse ontem que a grande votação dos partidos antipacto podia implicar em discussão das mudanças.
Alvarez quer com isso vender caro seus votos. Sabe que Menem tem a maioria na Constituinte, mas também sabe que sua campanha anticorrupção fez efeito.

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