São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 1994
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Dallari descarta o tabelamento de preços

DA REPORTAGEM LOCAL

Dallari descarta o tabelamento de preços
O governo descarta qualquer possibilidade de adotar congelamento de preços ou tabelamento. A garantia foi dada ontem em São Paulo pelo assessor especial para preços do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari.
Ele participou de reunião com a direção da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e sindicatos filiados à entidade.
Apesar de a garantia de Dallari apenas reiterar o que vem sendo afirmado desde a elaboração do Plano FHC, a edição da portaria nº 3 da Sunab foi entendida por empresários como a abertura de uma possibilidade para que o governo intervenha no mercado para conter os aumentos de preços.
Dallari disse que a portaria apenas regulamenta as operações do comércio. Segundo ele, a portaria anterior restringia as ações da Sunab e criava dificuldades para empresas do comércio com grau avançado de informatização.
Ela exigia, por exemplo, que empresas que utilizam código de barras colocassem etiquetas de preços em todos os produtos.
A nova portaria amplia a atuação de órgãos como Sunab e Procon nos casos de queixa dos consumidores.
O assessor destacou que as entidades foram ouvidas sobre a portaria. Após a publicação no "Diário Oficial" há um prazo de dez dias para eventuais sugestões e acertos.
Segundo Dallari, o governo continuará a utilizar a estratégia de orientar o setor privado no processo de adesão à URV.
Citou como exemplos os acordos realizados com a indústria farmacêutica, que duraram mais de dois meses, e anunciou que o mesmo está sendo feito com produtores de leite.
Para o leite tipo C já está acordado que haverá aumentos mensais. Hoje e amanhã Dallari tem reuniões marcadas com produtores de leite B e em pó para definir critérios de conversão e reajuste.
Comércio
No final da tarde, em reunião com empresários do comércio varejista na Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Dallari afirmou que as maiores dificuldades para a implantação da URV estão no comércio.
Ele disse que todas as condições para a implantação do indexador-moeda estão sendo negociadas pelo governo. "Vim aqui para ver onde está 'pegando", disse ele.
Na opinião do assessor, há casos em que o comércio, ao urvizar os preços, embute custos financeiros, procedimento que condenou.
Apesar de as constantes afirmações de que o governo vai punir empresas que subiram preços abusivamente, nenhuma empresa foi autuada até agora. "Estamos na fase didática do plano. Chamamos as empresas para conversar".

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