São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 1994
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Livro narra bastidores história da Warner

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

A história de sucesso e o envolvimento da Warner Communications com o crime organizado e a máfia americana está sendo retratada em um livro lançado esta semana nos Estados Unidos.
"Master of the Game: Steve Ross and the Creation of Time Warner" (editora Simon & Schuster, 395 págs., US$ 25), da jornalista Connie Bruck, mostra a trajetória do empresário Steve J. Ross.
Foi ele que transformou a Warner em uma das maiores empresas de comunicação dos Estados Unidos e suas peripécias por vários mundos e submundos.
O livro começa contando em detalhes as operações ilícitas do empresário. Passa por várias fases de crescimento dos negócios da Warner, algumas vezes com dinheiro de origem duvidosa, até a fusão da empresa com a Time Inc. (editora das revistas "Time" e "Life") no final dos anos 80.
Connie Bruck, jornalista da revista "The New Yorker", entrevistou cerca de 250 pessoas para o livro. Teve depoimentos do próprio Steve Ross, com quem manteve conversas periódicas antes da morte do empresário, aos 65, em dezembro de 1992.
A primeira parte é a mais saborosa. Lembra as boas histórias sobre mafiosos de Nova York.
Tudo começa com o casamento de Ross com Carol, a filha de um proeminente empresário do ramo funerário, Eddie Rosenthal.
A grande tacada de Ross no negócio é montar um esquema de aluguel de limusines que, segundo a autora, servia durante a noite para atividades mais lucrativas que o transporte de famílias de defuntos.
No meio da década de 60 o empresário já tinha dinheiro suficiente para arriscar em negócios maiores. Apostou no entretenimento.
Em 1969 adquiriu a Warner Brothers-Seven Arts, que mudou de nome pouco tempo depois. Em 15 anos, o valor da empresa no mercado passou de US$ 12,5 milhões para mais de US$ 5 bilhões em meados da década de 80.
Os entendimentos para a compra da Time Inc. começaram em 1987 e acabaram num negócio que envolveu US$ 14 bilhões.
A autora sugere, com informações de bastidores sobre a troca de executivos dentro das duas empresas, que foi a Warner quem adquiriu a Time, e não o contrário.
"O negócio
deve ter sido o primeiro na história onde uma empresa adquire a outra e monta uma estrutura que faz parecer exatamente o contrário", escreve Bruck.

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