São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994 |
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Tony Bennet grava 'Acústico' para MTV
FERNANDO CANZIAN
Bennett segurou mais de duas horas de show nos estúdios da Sony Music para gravar uma seção do programa "Unplugged", o "Acústico", da MTV. A intenção de Bennett foi a mesma que motivou os Stones e outros jovens a irem ao Ed Sullivan no passado: vender discos. Em meio a cenários com espirais coloridos, luzes girando e nuvens de gelo seco flutuando a sua volta, Bennett, 67, não ficou tonto e foi um showman do começo ao fim. Mostrou que sabe quase todas as caras e frases certas para agradar o público e convidados no palco. Contou histórias, fez piadas com os japoneses ("nunca vi gente tão feliz ganhando tanto dinheiro") e acelerou o ritmo de algumas músicas para agradar o público teen que se misturava a pessoas de meia idade na platéia. Impecável, de terno e gravata cinzas e com trejeitos do passado, cantou quase 20 músicas. "Speak Low", de Ogden Nash e Kurt Weill, "The Girl I Love", de Ira e George Gershwin e "There Will Never Be Another You", de Harry Warren e Mack Gordon, fizeram parte do seu repertório. Muitas das músicas eram do seu disco "Astoria: Portrait of the Artist", gravado em 89 e lançado no Brasil em 91. Astoria é o nome de um bairro no Queens, em NY, onde Bennett nasceu em 1926. Ele só fez sucesso em 49, quando ainda cantava em clubes noturnos de Long Island e foi tirado dali pelo cômico Bob Hope, que viu um de seus shows. Pouco tempo depois, Hope o levou para cantar no Paramount Teather. O sucesso aconteceu. Em meados dos anos 60, gravou alguns hits da bossa nova, como "Samba de Orfeu", de Luis Bomfá, e "Insensatez", de Tom Jobim. Mais recententemente gravou músicas de Milton Nascimento e Francis Hime. O grande hit de Bennett é "I Left My Heart in San Francisco", que começou a cantar em 62 e nunca mais parou. Não podia faltar e não faltou na apresentação de terça-feira à noite. "É a minha preferida", disse. Bennett recebeu os cantores Elvis Costello, Evan Dando e a cantora k.d.lang como convidados rápidos. Cada um o acompanhou em uma música. Com Dando, foi professoral. O rapaz entrou com um copo de vinho na mão para cantar "Solitude". Parecia meio deprimido. Em alguns momentos, Bennett quase chegou a dar um tapinha nas costas do parceiro para que ele não perdesse a vez. Dando saiu do palco mais animado. Completamente à vontade, Bennett conseguiu, afinal, arrancar berros e aplausos da sua platéia. Texto Anterior: Marfim; Rímel; Riquixá; Gelol Próximo Texto: Timothy Dalton desiste do papel de 007 e produtor procura substituto Índice |
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