São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994
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Líderes empresariais condenam a proposta

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

As principais lideranças empresariais do país condenaram a proposta do relator do Congresso revisor, deputado Nelson Jobim (PMDB-RS), de encerrar a revisão constitucional.
Mario Amato, presidente em exercício da CNI (Confederação Nacional da Indústria), disse que o próximo presidente herdará um país "ingovernável" caso o Congresso desista da revisão.
"Quem for eleito, seja ele o Fernando Henrique, o Lula, o Brizola ou Quércia, não fará o Brasil prosperar, porque a Constituição não dá governabilidade ao país."
Amato disse que, para os empresários, as reformas tributária e da Previdência são os "principais pontos" que a revisão deveria votar até 31 de maio.
"O que não pode é deixar como está." Segundo ele, a atual Constituição é um "samba do criolo doido", que dá mais obrigações do que recursos à União.
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, advertiu que o plano FHC só terá êxito com a conclusão da revisão em 31 de maio.
Moreira Ferreira disse que a Fiesp vai insistir nas reformas estruturais independentemente do rumo que a revisão venha a seguir.
"É fundamental reduzir o papel do Estado na economia, quebrar os monopólios estatais, acelerar a privatização e fazer as reformas administrativa e tributária", disse.
Emerson Kapaz, coordenador geral do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), defendeu a suspensão da revisão constitucional, dizendo que do jeito "tumultuado" que está caminhando o processo de revisão só vai "piorar" a Constituição.
O PNBE vai apresentar uma proposta sugerindo ou a eleição de uma assembléia revisora com um prazo fixo para concluir seus trabalhos ou o adiamento da revisão para 95, com a votação de uam agenda mínima a ser negociada entre a sociedade e o Congresso.

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