São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994
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Bicudo defende análise fiscal

DA SUCURSAL DO RIO

O deputado federal Hélio Bicudo (PT-SP), que integrou a comissão da Câmara que veio ontem ao Rio analisar os documentos do jogo do bicho, defendeu que sejam feitas a análise da evolução patrimonial e a quebra do sigilo fiscal dos envolvidos.
Segundo o deputado, essa seria a forma mais segura para desfazer dúvidas a respeito do envolvimento dos acusados.
Bicudo afirmou que a CPI do Orçamento mostrou que a quebra do sigilo bancário não foi suficiente para levar ao indiciamento de parlamentares, sendo necessárias investigações mais aprofundadas.
O livro-caixa dos bicheiros e as folhas datilografadas apreendidas pela Procuradoria Geral de Justiça do Rio trazem siglas, nomes incompletos e rasuras.
A partir desses documentos, foi divulgada pela procuradoria uma relação de nomes de envolvidos, entre eles alguns que têm homônimos e outros que negam relação com os bicheiros.
Os casos de homônimos envolvem o governador do Estado e um delegado da Polícia Civil, ambos Nilo Batista, o nome José Vicente e, em separado, o sobrenome Barbieri.
Bicudo e mais quatro deputados federais estiveram na Procuradoria Geral de Justiça do Rio para analisar documentos originais apreendidos numa "fortaleza" do bicheiro Castor de Andrade.
Para integrantes da Procuradoria da República no Rio, a quebra do sigilo bancário deve ser requisitada a partir do corruptor e, só depois, já com rastreamento das contas, pedir informações sobre as contas dos favorecidos.
O problema no caso dos políticos, segundo avaliação de procuradores ouvidos pela Folha, é que antes de 1990 as transações bancárias eram feitas ao portador.
Desta forma, de acordo com estes procuradores, ficaria difícil identificar a fonte e o beneficiado por depósitos oriundos da contravenção.
A opção indicada pelo MPF (Ministério Público Federal) é partir para a identificação policial tradicional –feita a base de testemunhas e acareações.

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