São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994 |
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"Invasores" impedem demolição
DA REPORTAGEM LOCAL Os integrantes do movimento Pinheiros Vivo impediram ontem que a prefeitura fizesse a primeira demolição para construir o prolongamento da avenida Faria Lima, que vai cruzar Pinheiros, Itaim e Vila Olímpia.Por volta das 8h, um caminhão da Regional Pinheiros e 20 funcionários chegaram no imóvel da rua Coropé, 234, para iniciar a demolição. Às 9h, começou uma discussão entre os funcionários e os moradores, que exigiam a retirada do pessoal da prefeitura. Até as 10h, quando os funcionários saíram e os cerca de 15 manifestantes invadiram o prédio, a prefeitura tinha retirado o carpete e os rodapés de madeira. A prefeitura registrou queixa no 14º DP contra os manifestantes "para preservar os direitos da administração". Durante toda tarde houve revezamento dos moradores para manter a ocupação. Os manifestantes passaram o tempo jogando cartas. Às 21h, começou uma reunião no prédio ocupado, com cerca de 70 manifestantes. Até as 23h15 eles não haviam decidido se dormiriam no imóvel. O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Reynaldo de Barros, disse que hoje, se ainda houver manifestantes no local, vai retirá-los com força policial. Nota divulgada pela prefeitura afirma que a demolição foi autorizada pelo desapropriado sem prejuízo do depósito em juízo do valor do imóvel e da ação judicial de desapropriação. "Acordo amigável é um procedimento comum na história das desapropriações no município", disse a prefeitura na nota. Para Horácio Galvanese, do Pinheiros Vivo, o imóvel que a prefeitura quer demolir é estratégico. "É um terreno de 2.000 m2 que vai servir para o Maluf colocar os tratores e criar um canteiro de obras." (Victor Agostinho) LEIA MAIS Sobre a Faria Lima à pág. 3 Próximo Texto: Casa do desapropriado nº 1 ainda está intacta Índice |
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