São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994
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Sommeliers paulistas se superam em evento

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Manoel Carlos Marques Beato, do restaurante Fasano e José Sebastião Figueiredo, sommelier e proprietário do La Bicocca, garantiram suas vagas no Concurso Brasileiro de Sommeliers.
No segundo semestre, o concurso escolherá um destes profissionais (responsáveis pelo serviço de vinhos num restaurante) para representar o Brasil no concurso mundial, no Japão, em 95.
A dupla venceu a etapa paulista da seleção –realizada anteontem no restaurante Massimo e organizada pela Associação Brasileira de Sommeliers– que consistiu em uma prova escrita e duas práticas: uma degustação às cegas (sem saber tipo ou origem das amostras) seguida de serviço de vinhos.
Na hora de usar os sentidos, pilotar copos e garrafas e cativar os clientes, Beato, 29 anos, que passou pelos restaurantes St. Germain, Le Bistingo e estagiou na França, antes de pousar nos salões do Fasano, mostrou ser o melhor.
Durante a degustação descreveu de maneira bastante detalhada os três vinhos (um Pinot Blanc 93 da Aurora, um tinto francês Crozzes-Hermitage 89 e um Vin Santo 87, branco doce italiano) mostrando familiaridade com a bebida.
No serviço, onde devia aconselhar um casal que já tinha escolhido o seu menu (ostra frescas, salada verde com queijo de cabra, paillard de filé com fetuccini, lombo de porco com ameixas pretas, creme brulée e profiteroles) ele mostrou muito bom senso.
Recomendou meia garrafa de Sancerre (branco francês do Loire, clássica pedida para o queijo de cabra) para as entradas e o tinto chileno Don Melchor (ótima relação preço-qualidade) para as carnes. Escolheu um branco doce para a creme brulée, mas desaconselhou –corretamente– vinho com o chocolate dos profiteroles sugerindo, no seu lugar, um licor de laranjas.
Beato encerrou a sua apresentação decantando um vinho com segurança e dando claros sinais de que tem intimidade com o ritual. Figueiredo, apesar de ter ficado em segundo lugar teve uma atuação melhor do que no último concurso, em 90, que venceu.
A mesma melhora –apesar de ainda haver muito espaço a ocupar– pode ser notada no nível dos finalistas em relação aos do concurso anterior. O que, afinal, merece ser destacado já que mostra que temos sommeliers cada vez melhor preparados.

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