São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
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Ipiranga e Bunge compram Arafértil

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Com a venda ontem, na Bolsa do Rio, dos 33,3% do capital da Arafértil S/A que pertenciam à Petrofértil (grupo Petrobrás), o governo completou a privatização no setor de fertilizantes.
A participação estatal na Arafértil foi vendida por US$ 10,74 milhões para as empresas Quimbrasil (grupo Bunge, da Argentina) e Fertisul (grupo Ipiranga), que dividiam com a Petrofértil o controle da empresa.
A venda da Arafértil marcou a retomada dos leilões de privatização após três adiamentos sucessivos (Caraíba Mineração, Lloyd Brasileiro e Cobra Computadores).
A ação de um investidor solitário, que comprou 407 ações no leilão, impediu que a empresa fosse vendida pelo preço mínimo, gerando um ágio de 0,011% e fazendo com que o leilão demorasse 13 minutos para ser concluído.
As 407 ações compradas pelo investidor não devem ficar com ele. A Quimbrasil e a Fertisul têm sete dias úteis para exercer o direito de preferência que lhes garante o estatuto da Arafértil e ficar com elas pelo preço de leilão.
O preço mínimo da empresa era de US$ 16,20 milhões, mas dele foi descontada uma dívida de US$ 5,5 milhões que a Petrofértil tinha com a Arafértil.
Além da Arafértil, foram privatizadas também no setor de fertilizantes as empresas Fosfértil, Goiasfértil, Ultrafértil e Indag.
O grupo Ipiranga, terceiro maior do país no setor de distribuição de combustíveis (é dono também da Atlantic), têm no setor de fertilizantes outra área de interesse, controlando a Fosfértil e Ultrafértil.
O governo decidiu liquidar os bens da ICC (Indústria Carboquímica Catarinense), parada há um ano, e a Nitrofértil, passou a ser uma unidade da Petrobrás.
Além do setor de fertilizantes, o governo já concluiu também a venda do setor siderúrgico, com a privatização de oito empresas.
O presidente da Comissão Diretora do programa de privatização, André Franco Montoro Filho, disse que após os leilões marcados para maio, começará a divulgar os editais de venda das empresas do Pólo de Camaçari, na Bahia.
Montoro disse que espera vender em agosto a Light e a Escelsa, as duas empresas federais de distribuição de energia elétrica.
Na próxima segunda-feira, em Brasília, técnicos do governo vão se reunir para fazer um balanço das participações minoritárias de estatais em empresas privadas.
Ontem também o governo conseguiu ontem vender o último lote de ações da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), remanescente do leilão realizado em abril de 93.
Por US$ 86,5 milhões, foram vendidos 3,9% do capital da empresa para a Banco do Brasil Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e para o Banco BBI, de capital alemão.
A BB DTVM ficou com US$ 69,2 milhões e o BBI, com US$ 13,3 milhões. Representantes das duas empresas informaram que as ações serão repassadas a clientes que não foram identificados.

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