São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vacina de Cuba vai combater meningite

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministério decidiu anteontem liberar o uso das vacinas cubanas para meningite meningocócica tipo B –suspensas desde 91. Elas só podem ser usadas em crianças com mais de quatro anos.
O uso da vacina está limitado ainda a situações de epidemia e desde que haja pedido formal da Secretaria de Saúde. Até agora, apenas o Rio formalizou o pedido.
A liberação parcial ocorreu após conclusão de um grupo de estudos da Comissão Nacional de Meningites. Foi constatado que não há informações suficientes para autorizar o uso em crianças menores de quatro anos.
A Opas (Organizacão Panamericana de Saúde) desenvolveu estudos e constatou que a eficácia dessa vacina é baixa em menores de quatro anos e quase nula em menores de dois.
O Ministério da Saúde quer desenvolver novos estudos para ver a viabilidade do uso da vacina em larga escala e em menores de quatro anos.
Brasília
Brasília é o maior foco de meningite no país no momento, segundo o Ministério da Saúde. Desde o início do ano foram registrados 25 casos, com 10 mortes.
Tanto o Ministério da Saúde quanto o Departamento de Saúde Pública do DF afirmam que a cidade ainda não vive uma epidemia.
O que tem assustado é o número de mortes em decorrência da doença –especialmente os casos de meningococcemia (infecção generalizada resultante da ação da bactéria da meningite).
A diretora-substituta do Departamento de Saúde Pública do DF, Ivone de Castro, afirma que todos os casos têm sido acompanhados e que não há descontrole.
São quatro as características de uma epidemia de meningite, segundo Ivone de Castro. Um é o aumento significativo de casos. O DF está mantendo a média mensal de oito casos.
Outro é o aumento da faixa etária, que também não está sendo registrado. No DF, 70% dos casos ocorrem em crianças menores de cinco anos.
O terceiro é o surgimento de casos secundários a partir de um diagnosticado. Também não está ocorrendo. O único fator preocupante é o aumento de casos graves. Dos 25 registrados, 14 (56%) foram de meningococcemia, sendo que dez mortes.
Segundo dados ainda não oficiais do ministério, depois de Brasília as maiores incidências de meningite são no Ceará e no Rio.

Texto Anterior: Governo deve enviar MP ao Congresso
Próximo Texto: Hospital deve US$ 30 milhões
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.