São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
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URV agita mercado de terras

MÁRCIA CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de terras agrícolas começou a esquentar no Centro-Sul do país. Poucos negócios são fechados. No entanto, o número de consultas de interessados em comprar um imóvel rural aumenta. Além do dinheiro da comercialização da safra, há mais um fator aquecendo as vendas: a URV.
"Se o plano emplacar, muitos investidores vão sair do mercado financeiro e aplicar o dinheiro em terras", diz o corretor Atílio Benedini, de Ribeirão Preto (SP).
Essa é a opinião da maioria dos analistas do setor. Eles se apóiam no fato de que, com a estabilização da economia, os ganhos financeiros recuam e deve ocorrer uma corrida para compra de imóveis.
Tanto é que as consultas aumentaram em todas as regiões depois da edição da URV. Benedini, por exemplo, diz que recebeu em março sete consultas por semana. Em fevereiro, não passavam de três.
Em Ribeirão Preto, onde se concentram cana, laranja e grãos, os preços são altos. Um alqueire de terra roxa para cana ou grãos oscila entre US$ 12 mil e US$ 14 mil. Resultado: poucos negócios fechados. Já em Barreiras (BA), região de soja, o mercado deslanchou porque as terras são mais baratas. Desde o início do ano o corretor Sávio dos Santos vendeu três imóveis rurais, depois de ficar parado no segundo semestre. Nessa região, é possível comprar um hectare para grãos por US$
400.
No Paraná, o mercado está devagar. De 88 a 93, a terra mais valorizada foi a arenosa: 98,84%. A terra arenosa é a de pior qualidade. A roxa é o melhor tipo; a mista é intermediária. A terra é mecanizada ou mecanizável, quando a topografia permite uso de máquinas. A terra destocada é quando ela já foi limpa. Caso contrário, é bruta.(MCh)

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