São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
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Imprensa refuta as exigências

DE NOVA YORK E DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Jornais de todo o mundo estão protestando contra a decisão do Comitê Organizador da Copa do Mundo, em Nova York, de investigar as fichas criminais dos jornalistas que estão se credenciando para o evento.
John Griffin, chefe de imprensa do Comitê Organizador, disse que está recebendo reclamações de várias mídias de fora dos EUA contra a medida, considerada autoritária e invasão de privacidade.
O diário "The New York Times" enviou uma carta ao presidente do Comitê Organizador, Alan Rothenberg.
Na mensagem, o jornal chamou a investigação de "revoltante" e se disse "horrorizado" com a inapropriedade da iniciativa.
Assinada pelo conselheiro jurídico George Freeman, o texto do "NYT" pede a Rothenberg que cancele os formulários enviados aos mais de 5.000 jornalistas que tentam o credenciamento para a competição.
"Os repórteres do nosso jornal não são 'hooligans' (torcedores violentos). Essas medidas não têm precedente. Nossos jornalistas nunca foram interpelados a abrir mão de seus direitos civis em nenhuma outra Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, Superbowl (finais do futebol americano) ou World Series (finais do beisebol)", diz a carta.
O jornal "Boston Globe" também criticou a determinação do Comitê Organizador e já instruiu seus jornalistas a não responderem aos formulários.
Outro diário, o "USA Today", também refutou a investigação. A vice-presidente do grupo Gannett (que edita o jornal), Barbara Wall, afirmou que a exigência da organização da Copa é "ofensiva" aos direitos civis e à liberdade privada.

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