São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Árbitro não é obrigado a seguir orientação de auxiliar

FÁBIO SORMANI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Não foram poucos os jogos na história do futebol que acabaram sendo decididos por um erro ou um acerto do trio de arbitragem. Os exemplos são inúmeros. Há casos históricos, como o gol marcado pela seleção da Inglaterra na final da Copa do Mundo de 66 contra a então Alemanha Ocidental e que até hoje suscita dúvidas.
O gol, validado pelo árbitro suíço Gottfried Dienst, aconteceu aos 10min do 1º tempo da prorrogação e foi marcado pelo atacante Geoff Hurst, colocando os ingleses em vantagem em 3 a 2 no marcador. Hurst recebeu um cruzamento de Alan Ball, chutou, a bola bateu no travessão do goleiro Tikowski e... caiu dentro do gol ou não?
O bandeirinha Tofik Bakhramov (da ex-URSS) ficou estático no lance, num gesto indicativo de que a bola não entrou. O gol acabou sendo validado pelo árbitro suíço, o que, aliás, lhe faculta a lei –ele não é obrigado a seguir a orientação de seu auxiliar.
Até o final do tempo extra, a Inglaterra marcou mais uma vez e venceu a partida por 4 a 2. Há lances, no entanto, em que o árbitro sente que não teve a visão total da jogada e decide seguir a orientação de seu auxiliar. O caso mais recente foi o gol do lateral-direito Índio, do Santos, no clássico contra o Palmeiras.
O árbitro Oscar Roberto Godói validou o gol do jogador santista –mesmo não tendo visto a jogada, conforme declarou–, porque decidiu acatar a anotação de seu auxiliar. O bandeirinha, ao perceber que a bola entrou, saiu em disparada em direção ao meio-campo, indicando ao árbitro que a bola entrou. Este seguiu seu auxiliar, conforme também lhe faculta a lei.

Texto Anterior: Investigação visa 50 mil pessoas
Próximo Texto: Ronaldo acha que pode se igualar a Pelé
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.