São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
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Museu tem dentaduras de dentista; Tiradentes fazia dentes que pareciam de verdade; Primeira dentadura tinha mola de aço

FREDERICO MENGOZZI

Museu tem dentaduras de dentista
FEDERICO MENGOZZI
Especial para a Folhinha
Vai ser difícil deixar de sorrir ao visitar o Instituto, Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo. Ele conta a história da odontologia (medicina que trata dos dentes) brasileira através de consultórios e instrumentos antigos.
O museu tem quatro consultórios dos anos 1900-1910, 1910-1920, 1920-1930 e 1950-1960. "O equipamento, os instrumentos, o mobiliário (móveis), e até a iluminação e o piso são originais", conta Elias Rosenthal, diretor do museu.
Entre as 500 peças em exposição, estão dentaduras, cópias de instrumentos romanos, do século 10, e a "chave de Garangeot", dos séculos 17 e 18, instrumento igual ao que Tiradentes usava.

INSTITUTO, MUSEU E BIBLIOTECA DE ODONTOLOGIA DE SÃO PAULO - Praça Campo de Bagatelle, 100, piso superior, tel. (011) 959-3022. Aberto de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 18h. Grátis.

Tiradentes fazia dentes que pareciam de verdade
Especial para a Folhinha
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi enforcado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, porque tinha sido acusado de ser o líder de uma conspiração (tipo de traição).
A conspiração pretendia, a partir de Minas Gerais, tornar o Brasil independente de Portugal. Por isso é que o dia 21 de abril é feriado.
Tiradentes era chamado assim porque também trabalhava como dentista. Aprendeu a ser dentista com seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão.
Dizem que ele tirava os dentes ligeiro e enfeitava a boca das pessoas com dentes feitos por ele mesmo, que pareciam de verdade.
Tiradentes começou a se interessar pelos problemas brasileiros enquanto tratava dos dentes das pessoas, conversando sobre o dia-a-dia, como a situaçào das minas de ouro e a ganância de Portugal, que cobrava impostos caros de todo mundo.

Primeira dentadura tinha mola de aço
Especial para a Folhinha
As dentaduras se tornaram comuns nos séculos 19 e 20. Antes, quem não tinha dentes, sofria muito –e não eram só os pobres. Mas os povos antigos –fenícios, egípcios, gregos, etruscos e romanos– já faziam pontes dentárias.
Conta-se que a rainha Elizabeth 1.ª, da Inglaterra, depois de perder os dentes da frente, encheu a boca com pano e, assim, chegou a aparecer em público.
No século 17, encontravam-se já dentaduras parciais (meio parecidas com as de hoje). No 18, o francês Pierre Fauchard, inventou uma dentadura com molas de aço.
Em 1700, outro francês, Dauhateau, usou a porcelana na fabricação de dentes mais parecidos com os naturais. Claudius Ash aprimorou (melhorou) a descoberta no século 19, nos EUA. As dentaduras atuais são feitas com um tipo de plástico.

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