São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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Covas lidera com 57% dos votos

EMANUEL NERI

Se eleição fosse hoje, senador venceria no 1º turno; Medeiros vem em segundo com 6%

O senador Mário Covas (PSDB) continua disparado na corrida pelo governo de São Paulo. Se a eleição fosse hoje, ele seria eleito no primeiro turno, com 57% dos votos, segundo pesquisa do Datafolha.
A vantagem de Covas é tão significativa que a soma da intenção de voto de seis de seus possíveis adversários não chega à metade da potencialidade eleitoral do senador tucano –24% contra 57%.
Os possíveis adversários de Covas estão todos empatados tecnicamente –é que a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Entre eles, o melhor colocado é o sindicalista Luiz Antônio de Medeiros (PP), com 6%.
Abaixo de Medeiros, estão Francisco Rossi (PDT), com 5%, José Dirceu (PT) e Antonio Cabrera (PFL), ambos com 4%, Barros Munhoz (PMDB), com 3%, e Getúlio Hanashiro (PPR), com 2%.
A pesquisa do Datafolha foi feita entre os dias 4 e 5 de abril passados. Ela constata que a vantagem de Covas é ainda mais cômoda quando verificado seu índice de rejeição –11%, a mais baixa entre os concorrentes.
Medeiros tem o mais alto índice de rejeição (30%), seguido de Dirceu (28%), Cabrera (26%), Hanashiro (23%), Munhoz e Rossi (21%). A rejeição de Covas caiu de 13% para 11%. Na pesquisa anterior (março), Covas tinha 58%.
O desempenho do senador é melhor na capital e região metropolitana (60%) do que no interior (55%). Na pesquisa espontânea, tem 5%. Covas alcança a maioria absoluta de eleitores de todos os partidos.
No caso dos peessedebistas, sua preferência chega a 81%. Entre os eleitores do PFL é de 64%. No PMDB, sua taxa alcança 64% –entre os petistas chega a 57% e nos eleitores do PPR atinge 55%.
Quando o eleitorado é dividido por segmentos sócio-econômicos, Covas alcança suas maiores taxas de intenção de voto entre os mais jovens (65%), entre os que atingiram o segundo grau (63%) e entre os mais ricos (62%).
Quadro eleitoral

A indefinição do quadro eleitoral paulista também tende a beneficiar Covas. O PPR, por exemplo, ainda não tem candidato definido. Hanashiro, que era deputado da ala covista do PSDB, não sabe se vai concorrer.
O prefeito Paulo Maluf sabe das dificuldades eleitorais de Hanashiro e busca um candidato mais viável. Tentou convencer o deputado Delfim Netto a aceitar o desafio, mas não conseguiu.
O PPR trabalha ainda com a possibilidade de apoiar a candidatura do sindicalista Medeiros, mas também tem dúvidas sobre sua viabilidade eleitoral. O PP, partido de Medeiros, praticamente não existe em São Paulo.
A fragilidade do PT na sucessão estadual também beneficia Covas. O petista Lula lidera as intenções de voto em São Paulo para presidente. Mas Dirceu, seu candidato a governador, tem demonstrado fraco desempenho nas pesquisas.
Nas últimas eleições para governador de São Paulo, o PT sempre conquistou em torno de 10% dos votos. Este ano ainda não conseguiu superar os 5%. Há dúvidas se Lula consegue puxar Dirceu para um patamar mais elevado.
PDT e PMDB também contribuem para o favoritismo de Covas. A candidatura do pedetista Rossi limita-se praticamente à região metropolitana de São Paulo, onde é mais conhecido, por ter sido prefeito de Osasco.
Munhoz, candidato do PMDB, é oriundo do PTB e não tem apoio unânime no partido. O desgaste da gestão Fleury e as denúncias contra Orestes Quércia também devem prejudicar seu desempenho.

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