São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994 |
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Bicheiros não escolhem partidos
XICO SÁ
"Somos amigos de todos, não temos partido", costuma dizer o banqueiro do jogo do bicho Castor de Andrade, de acordo com os seus advogados. Uma lista em poder da Procuradoria Regional Eleitoral, que vai investigar as doações dos bicheiros para políticos do Rio, comprovaria a tese de Castor. A relação inclui campanhas de candidatos do PDT, PSDB, PFL, PMDB, PPR, PRN, PTB e PSB. "O Castor ajuda quem o procura, é um homem muito generoso", disse à Folha o advogado Wilson Lopes dos Santos, 75, que defende o bicheiro há 25 anos. Isso não quer dizer, segundo o advogado, que o bicheiro queira uma contrapartida no futuro. "É diferente de uma empreiteira, que espera ter obras no futuro", disse Santos. Segundo apurou a Folha junto a amigos de Castor de Andrade e do bicheiro Aniz Abraão David –conhecido como Anísio–, os contraventores costumam contribuir para mais de um candidato a cargos majoritários (prefeitos, governadores, presidentes). Isso aconteceu, por exemplo, nas campanhas de Moreira Franco (PMDB) e Darcy Ribeiro (PDT), candidatos ao governo do Rio de Janeiro em 1986. A maioria da cúpula do jogo do bicho estava com Darcy, mas uma boa parte apoiou Moreira Franco. O procurador-regional eleitoral do Rio, Alcir Molina, entra na próxima terça-feira na Justiça Eleitoral e no Tribunal de Justiça com representação pedindo a inelegibilidade de políticos cujos nomes aparecem na lista de propinas do bicho. A inelegibilidade significa o impedimento, por três anos, de registro de eventuais candidatos às eleições que façam parte da lista. Texto Anterior: Deputado confirma reunião com Castor Próximo Texto: Nome de deputado foi impresso em papeletas de apostas do bicho Índice |
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