São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 1994
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Números de telefone podem provar ligação entre bicheiros paulistas

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia tem uma pista para provar a ligação entre os bicheiros paulistas. São três números de telefone que seriam usados pelo bicheiro Flávio dos Santos, o "Flavinho", para descarga de apostas.
A descarga é um artifício usado pelos bicheiros pequenos quando um jogador faz uma aposta muito alta que eles não podem cobrir caso o apostador seja premiado.
Eles repassam essas apostas para bicheiros grandes, os chamados banqueiros, que podem assumir o risco de pagar um prêmio alto.
Ao fechar a "fortaleza" (central de apuração de apostas) de Flavinho, a Divisão de Homicídios achou um papel com os números de telefone (270-2097/270-1442/270-3442).
O bicheiro usava esses números em 93 para repassar essas apostas a um banqueiro do jogo, ainda não identificado.
Quatro homens recebem descargas em São Paulo: Ivo Noal, Carlos Alfredo Parisi, Valtemir Spinelli e Oswaldo Sampaulo.
Para a polícia estabelecer essa ligação basta ela levantar quem eram os donos dessas linhas telefônicas na época em que eles eram usados para descargas.
Extermínio
Flavinho está sendo investigado há um ano em um inquérito que o liga a grupos de matadores que agem da zona sul de São Paulo. Ele domina o jogo nos bairros do Parque Arariba e do Campo Limpo.
Sua fortaleza fica na rua Lucílio de Andrade, no Parque Arariba. A segurança da fortaleza seria feita por Donizete Gonçalves de Oliveira e Luis Carlos Rosa do Nascimento, o "Perninha".
Ambos são acusados de liderar um grupo de matadores. Perninha está preso e Oliveira recebeu o direito de responder às acusações em liberdade.
A polícia tem documentos que provam que eles recebiam dinheiro de Flavinho. A polícia também tem imagens gravadas em que eles aparecem fazendo a segurança da fortaleza.

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