São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 1994 |
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PSDB enfrenta dificuldades nos Estados
EMANUEL NERI
Em muitos Estados, os tucanos defendem o acordo com o PFL em nível nacional. Mas rejeitam coligações regionais com o mesmo partido. O Estado em que o PSDB tem seu único governador, o Ceará, é o maior exemplo desse tipo de conflito. Os tucanos cearenses não querem saber de alianças com os pefelistas locais, seus tradicionais adversários. No Ceará, o PSDB prefere se aliar ao PT e PDT. O PT pode indicar o vice de Tasso Jereissati, candidato a governador. "Aqui é o samba do crioulo doido", diz o deputado Jackson Pereira (PSDB-CE). Quando FHC for fazer comício em Fortaleza, os tucanos locais não vão permitir que o PFL local suba no palanque. "Ou o candidato a presidente não vai poder vir aqui ou vamos ter que fazer comícios separados", afirma Pereira. Em Pernambuco, o PSDB tem dois deputados federais –cada um deverá ficar em um palanque. O deputado Wilson Campos (PSDB-PE) apóia a candidatura de Miguel Arraes, da coligação PSB-PT, para governador. O outro, Maurílio Ferreira Lima, quer uma aliança com PFL e PMDB. Campos propõe que o PSDB libere o partido em seu Estado para votar em quem quiser para governador. Caso contrário, manterá seu apoio a Arraes e admite a possibilidade de votar em Lula. Em busca de apoio, FHC contribui pra esses conflitos. No Mato Grosso do Sul, o PSDB local havia fechado aliança com o PMDB em torno da candidatura do peemedebista Wilson Martins para o governo local. O governador local, Pedro Pedrossian (PTB), bombardeou o acordo. Pedrossian convenceu FHC de que, para ter seu apoio, a aliança do PSDB de seu Estado deve ser com o candidato que ele indicar para a sua sucessão. Os tucanos do Mato Grosso do Sul se dividiram. No Paraná, o problema é semelhante. O PSDB paranaense já havia decidido se coligar com Jaime Lerner, candidato do PDT ao governo local. Mas FHC prometeu a Álvaro Dias, candidato do PP, que os tucanos vão lhe apoiar. "Vão acabar com o partido se fizerem mesmo esse acordo", diz o deputado Deni Schwartz (PSDB-PR). Segundo ele, Lerner sempre foi "leal" ao PSDB local e não merece ser abandonado. No Rio de Janeiro, FHC poderá ficar dividido entre dois palanques de candidatos a governador –o de Marcello Alencar (PSDB) e o do general Newton Cruz (PSD), que poderá ter o apoio do PFL. Texto Anterior: PFL e PPR são contra acordo Próximo Texto: PSDB aluga comitê por US$ 10 mil Índice |
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