São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 1994
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Termina greve na Scania e Brastemp

DA REPORTAGEM LOCAL E DAS REGIONAIS

Scania, Brastemp e Panex são algumas das grandes empresas que fecharam acordos ontem com os metalúrgicos do Estado de São Paulo e conseguiram terminar com a greve iniciada na metade da semana passada. A Black & Decker, que não estava parada, também condeceu aumentos salariais.
Na base da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, que tem data-base em 1º de abril, cerca de 20 mil trabalhadores continuavam ontem em greve, segundo Carlos Alberto Grana, presidente da entidade.
Os setores de máquinas e eletroeletrônicos são os afetados, pois o sindicato patronal que os representa (Grupo 19/3 da Fiesp) oferece 5,94% sobre os salários de março.
A proposta é considerada "ridícula" por Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD.
Vicentinho convocou para hoje, às 15hs, reunião com empresários dos dois setores para tentar resolver o impasse. O julgamento da greve não foi marcado para hoje, como esperado.
A Scania deixou de produzir nos cinco dias de greve cerca de 150 caminhões (30 por dia). As horas paradas serão compensadas mas pagas com acréscimo de 50%.
A Mercedes-Benz é a única montadora em a greve. Com os 250 funcionários do setor de motores parados, toda a produção diária de 160 veículos está inviabilizada.
Também fecharam acordo no ABCD a Pirelli (setor metalúrgico), Conforja e Forjaria São Bernardo. A Kepler Weber parou.
Em Pindamonhangaba, a Villares entrou na Justiça pedindo a reintegração de posse sobre a fábrica, pois os trabalhadores em greve estão dentro da empresa. Em audiência de conciliação, ficou determinada a permanência dos trabalhadores na fábrica.
Segundo a Villares, o acordo garante o direito dos funcionários que quiserem trabalhar. A empresa tem 1.800 funcionários e estima que estão em greve 40%.
Os trabalhadores da Mafersa em Caçapava retornaram ao trabalho.
Em Ribeirão Preto, a greve dos metalúrgicos atinge 6.068 trabalhadores de 16 empresas em 5 cidades, segundo o sindicato.
Em Sertãozinho, os empresários calculam que os 7 dias de paralisação na região já causaram prejuízos de mais de US$ 3 milhões.
Em Campinas e região, cerca de 7.100 metalúrgicos estão em greve. A Dako, Teadit Juntas, Singer, Gevisa Tema Terra (Sumaré) e Thermo King estão paradas.
Na cidade de São Paulo, o sindicato dos metalúrgicos, ligado à Força Sindical, fechou ontem acordo com 15 empresas, entre elas a Metalúrgica Aliança. A categoria não está em data-base, mas reclama perdas com a URV.
Cerca de 11 mil trabalhadores estão parados, segundo Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

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