São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 1994
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Cai impedimento a obra na Faria Lima

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Não há mais empecilhos para o prefeito Paulo Maluf começar o prolongamento da avenida Faria Lima no trecho de Pinheiros.
Ontem, o patrimônio histórico estadual abriu estudo de tombamento apenas para uma das três capelas da igreja São João -a que fica fora do traçado.
A igreja São João, na rua Coropés, 108, é a primeira anglicana construída pela colônia japonesa no Brasil.
A igreja tem três prédios. O primeiro, construído em 1935; o segundo, em 40; e o terceiro, em 66.
O Condephaat (que cuida do patrimônio histórico estadual) estuda a proteção somente do de 1940, que não impede a passagem do prolongamento.
Quando um imóvel é selecionado para estudo de tombamento, ele não pode ser demolido ou reformado sem autorização do patrimônio histórico.
Os moradores de Pinheiros, descontentes com o prolongameto da avenida, pediram o tombamento dos três prédios como uma forma de inviabilizar a avenida.
"A decisão de tombar só a capela fora do traçado é um escândalo. Este estudo de tombamento é uma farsa", disse Horácio Galvanese, coordenador do movimento Pinheiros Vivo.
José Carlos Ribeiro de Almeida, presidente do Condephaat, afirmou que está acostumado a receber pressões sobre tombamentos.
"O Condephaat não pode ser tábua de salvação dos problemas urbanos. O conselho reconheceu apenas o caráter simbólico do prédio e não o arquitetônico", disse.
Segundo Almeida, não existe nenhum acordo do governo do Estado com a prefeitura para o prolongamento da Faria Lima. Mas ele reconhece que houve pressão municipal contra o tombamento.
A pressão teria sido feita pela Emurb (empresa municipal de urbanismo). "Nas reuniões com a Emurb, eles sempre tocavam no assunto. Mas nós estamos vacinados. O conselho tem isenção política", afirmou Almeida.
Demolição
A casa da rua Coropés nº 234 (a primeira a ser demolida para as obras de extensão da avenida Faria Lima) está cercada por tapumes.
É o primeiro imóvel que será desapropriado cujo título de posse já passou para a prefeitura.

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