São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 1994 |
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Juros voltam a derrubar Bolsa de NY
FERNANDO CANZIAN
Os dois maiores bancos norte-americanos já acompanharam a expectativa e elevaram ontem mesmo suas taxas para o nível mais alto dos três últimos anos. A Bolsa de NY fechou com queda de 41,05 pontos, com o índice Dow Jones descendo a 3.620,42 pontos. O juro pago no mercado de títulos federais mais importante, o dos bônus de 30 anos, chegou a 7,36% ao ano –patamar não alcançado desde janeiro do ano passado. A reviravolta no mercado de ações, que estava em alta no início do dia, começou depois que o presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), Alan Greenspan, afirmou que a instituição vai elevar novamente o custo do dinheiro para os bancos. A nova alta, esperada para os próximos dias, será a terceira este ano. Nos dias 4 de fevereiro e 22 de março passados, o Fed elevou essa taxa para 3,25% e depois para 3,5%. O mercado estima que a nova alta vai colocar o juro no patamar de 3,75%. Ontem o Citibank e o Chemical Bank, os dois maiores bancos dos EUA, elevaram a prime-rate para 6,75% ao ano –a segunda alta em menos de um mês que colocou a taxa no nível mais alto desde 91. A prime é a taxa que orienta o custo do dinheiro nos EUA. Serve como base para empréstimos a empresas e para pessoas físicas. O Fed está elevando o juro porque teme que o aquecimento da economia acelere a inflação. O mercado de ações fechou o dia com expectativas pessimistas, temendo novas perdas hoje. A queda em NY deve refletir em todos os mercados mundiais hoje. Ontem, as Bolsas européias que ainda estavam abertas quando o juro subiu nos EUA fecharam em baixa. Londres caiu 1% e Madrid, 2,5%. O investidores em ações não gostam de taxas de juro altas porque elas aumentam o custo do dinheiro para as empresas e diminuem seus lucros. Juros altos tornam mais atrativos os investimentos lastreados em títulos federais. Texto Anterior: Banco Central mantém as taxas do over Próximo Texto: Começa disputa pela previdência argentina Índice |
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