São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 1994
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Itamar pode tirar quem não apoiar FHC

EDIANA BALLERONI
COORDENADORA DE ECONOMIA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O apoio de Itamar Franco à candidatura de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República poderá desencadear novas mudanças ministeriais e em escalões inferiores.
O grupo palaciano –que colabora na articulação da aliança PSDB-PFL– não vê espaço para a permanência no governo de apoiadores de outros candidatos.
O presidente Itamar dará apoio irrestrito a FHC assim que o sua candidatura for oficializada pela convenção do PSDB. Isso deve ocorrer nos dias 21 e 22 de maio.
Itamar abandonará a posição de "árbitro" em relação à sua sucessão e admite até mesmo subir ao palanque de FHC na campanha.
Após a definição do presidente, o grupo palaciano acredita ser incompatível a coexistência no governo de apoiadores de outras candidaturas.
Quem não concordar em, ao menos, manter-se neutro, poderá ser afastado. É o caso do presidente da Embratel, Renato Archer, que não tem escondido sua predileção pelo nome que venha a ser escolhido pelo PMDB.
O grupo palaciano também está atento à conduta do ministro da Agricultura, Synval Guazzelli (PMDB). Próximo do senador Pedro Simon e do ex-ministro Antônio Britto, a tendência de Guazzelli seria não apoiar uma eventual candidatura Quércia, mas o Planalto quer ver sinais explícitos disso.
Até a Convenção Nacional do PSDB, o partido espera ter eliminado as resistências internas à virtual aliança com o PFL.
Os pefelistas deverão indicar o vice na chapa de FHC e, com isso, garantir o empenho do grupo de Juiz de Fora, formado por amigos e colaboradores de Itamar, em favor do candidato tucano.
Na avaliação de assessores presidenciais, a aliança com o PFL será inevitável e irá assegurar o sucesso da candidatura FHC no Nordeste –onde o PSDB, à exceção do Ceará, tem pouca penetração.

Colaborou GUSTAVO KRIEGER, da Sucursal de Brasília

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