São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 1994 |
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Argentina recebe o Marrocos e a Holanda faz teste contra Irlanda
SÍLVIO LANCELLOTTI
A Argentina, localizada no Grupo D (com Bulgária, Grécia e Nigéria), hospeda o Marrocos, do grupo F (com Arábia Saudita, Bélgica e Holanda). E a Holanda se defronta com a Irlanda, do Grupo E, o mais equilibrado do Mundial, aquele que tem Itália, México e Noruega. Alfio "Coco" Basile, o treinador da Argentina, vive um problema semelhante ao de seu colega brasileiro, Carlos Alberto Parreira –a maior parte dos seus atletas trabalha no exterior. No cargo desde fevereiro de 1992, Basile também padece de uma angústia singular, de nome Dieguito Maradona. Sem saber em que condições o seu astro estará na Copa, o mister não tem como montar o seu esquema de atuação. Centralizar ou não o meio-campo na figura do ex-"Pibe de Oro", eis o dilema crucial de Basile. Abbellah Blinda, o manager do Marrocos, dirige um elenco curiosamente dividido entre veteranos famosos e jovens ambiciosos. A média de idade do time titular está na casa dos 30 anos. O banco de reservas gira em torno dos 20. Enquanto Blinda, por exemplo, mantém no seu ataque o experiente Abdeslam Laghrissi, quase 34, luta pela mesma posição o excelente garoto Mustapha Hadji, 22. A Holanda e a Irlanda atravessam momentos de transição. Dick Advocaat, o treinador holandês, está reintroduzindo em sua escalação o antigo capitão Ruud Gullit, na sua melhor temporada em meia década de Itália. A Holanda precisa de Gullit, uma referência inteligente num time que vem de uma vitória medíocre sobre a Escócia, 1 x 0, graças a um gol inacreditável de Brian Roy, um chute completamente sem ângulo. Ao contrário de seus antecessores, que faziam a Holanda atuar dinamicamente, Advocaat estrutura a sua equipe num estático 1-4-3-2 –em que ninguém troca de posição. Com Gullit, porém, esse sistema deve mudar, deve-se tornar mais agitado. As duas nações se enfrentaram na Copa da Itália, um dos piores jogos daquele torneio, a retranca adicionada à violência. A Irlanda, aliás, costuma se fechar rudemente na sua retaguarda e os seus defensores não se preocupam em evitar os chutões, ao estilo do seu treinador Jackie Charlton, com a seleção desde 1986. Charlton andou adoentado, uma virose de origem misteriosa, mas já retornou ao comando da equipe, sempre aos berros, às vezes aos empurrões –e um charuto eterno na boca. Outros jogos amistosos entre seleções marcados para hoje: Romênia x Bolívia, Dinamarca x Hungria, Noruega x Portugal, País de Gales x Suécia, Áustria x Escócia, Suíça x República Tcheca, Turquia x Rússia e EUA x Moldávia. * Colaborou a Redação. Texto Anterior: Santos preferia jogar do outro lado Próximo Texto: Santana faz show de abertura no estádio onde a seleção vai jogar Índice |
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