São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994
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O bêbado e o equilibrista

O relator da revisão constitucional, Nelson Jobim (PMDB-RS), diz que o maior terror dos comícios são os bêbados. Existe o tipo aparteador, que interrompe os discursos; o "papagaio de pirata" e o que pede dinheiro.
Ele conta que, em janeiro de 1988, discursava num comício do candidato do PMDB a prefeito de Tupanciretã, no interior gaúcho. O caminhão, num campo de futebol, era o palanque improvisado diante de umas trezentas pessoas.
Faz parte da prática política na região os políticos fazerem uma visita formal aos comícios dos seus adversários. Naquela dia, a uma certa hora surgiu o cacique do PDS local, o dr. Marcel.
Ao anunciar a presença do adversário, Jobim aproveitou o mote para o seu discurso:
– Por que será que o dr. Marcel está no nosso comício?...
E tome suspense. De novo:
– Por que será que o dr. Marcel está no nosso comício?...
E já estava com o arremate engatilhado quando um bêbado, do tipo aparteador, berrou lá do fundo:
– Porque é sem-vergonha, tchê!

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