São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994
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Estudos sociais são idealizados

GILBERTO DIMENSTEIN; DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os livros de estudos sociais (história e geografia) são, em sua maioria, atemporais. Nunca usam fotografias que poderiam contextualizar as atividades propostas em um determinado local e época.
No campo, não há problemas e a cidade é o centro da vida, significado de progresso. Isso é apresentado de forma maniqueísta, sem contradições ou diversidades.
Há também uma tendência marcante de transmissão explícita ou implícita de preconceitos e estereótipos sociais.
Uma visão mitificadora da história e da vida em sociedade é narrada aos alunos tanto nas obras consideradas tradicionais quanto nas renovadas.
A maioria de fotos e ilustrações estampadas nos livros reservam para os negros atividades menos "nobres" do que as reservadas às crianças louras.
É corrente o desenho da mucama negra que penteia os cachos dourados da "sinhazinha" em capítulos sobre a abolição da escravatura.(Gilberto Dimenstein e Daniela Pinheiro)

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