São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994
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Procura-se

CARLOS SARLI

O que é mais fácil, uma empresa brasileira, mais especificamente de surfwear, patrocinar um atleta estrangeiro ou o contrário?
Algumas multinacionais instaladas aqui no Brasil já andaram se envolvendo com o surfe, patrocinando eventos e atletas. É o caso, por exemplo, da Honda, da Pepsi e da Yakult –isso no tempo das diligências.
Há alguns anos, o australiano campeão do mundo Barton Lynch foi patrocinado pela marca brasileira Alternativa, de propriedade da Mesbla.
A confecção carioca Cyclone também já teve um gringo no seu quadro de atletas, Mitch Torson.
No segundo ano de atividade no Tour da ASP, Fabio Gouveia recebeu apoio da fábrica de roupas de borracha americana O'Neill.
Ferido nos brios, Morongo, proprietário da competente concorrente nacional do segmento, a Mormaii, acabou por "roubar" o atleta, que hoje só veste "we suit" brasileira.
Como é sabido, muitas das marcas de surfwear brasileiras, à disposição nas lojas do Oiapoque ao Chuí, são cópias não-autorizadas das homônimas do exterior.
A lei brasileira de marcas e patentes protege esse contra-senso. Mas já foi bem pior. Hoje boa parte dessas empresas pagam "royalties" regularmente, outras caminham para o entendimento.
Mesmo assim, a imagem dos brasileiros continua sendo colocada em xeque com frequência no cenário do surfe mundial. As razões variam desde a utilização indevida das marcas até os frequentes bate-bocas nas águas havaianas.
Mas, na real, o que mais incomoda é a crescente participação do Brasil no mercado e nas competições. Algumas marcas brasileiras já têm faturamento significativo com exportações. Outras, como a Hang Loose, são copiadas no exterior. A confecção Bad Boy inovou ao pagar o direito de uso da marca com serviços de criação. E hoje, nada menos do que oito brasileiros disputam a elite do surfe mundial.
A Town & Country do Havaí, uma das mais tradicionais marcas do surfe mundial, está renovando sua equipe. Os havaianos Sunny Garcia e Kona Reys saíram do quadro. Em seus lugares especula-se alguns dos top do mundo para integrar o time. Entre os mais cotados estão os brasileiros que integram o primeiro escalão. Patrocinadores e patrocinados verde-amarelos que se liguem.

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