São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994 |
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'Baraka' traz mito em dezenas de países
MARCO CHIARETTI
Filme: Baraka - Um Mundo Além das Palavras Direção: Ron Fricke Duração: 96 min Onde: Cine Vitrine "Baraka" traz uma fórmula já vista em São Paulo dez anos atrás. Uma sucessão vertiginosa de imagens mostra, em locações feitas em 24 países, as manifestações do mito, da religião e do espírito pelo mundo. O filme foi fotografado e dirigido por Ron Fricke, que trabalhou com Godfrei Reggio em "Koyannisqatsi", em 1983. O filme de Reggio é o referencial imediato do filme de Fricke. "Baraka" quer dizer benção em árabe. A idéia de Fricke foi mostrar, usando somente imagens e a trilha sonora de Michael Stearns, algo de comum entre culturas diversas, construções humanas distintas e cenários naturais. As filmagens duraram 14 meses. Os cenários incluem as favelas do Rio e a Amazônia, as cataratas do Iguaçu e os peregrinos em volta da Pedra Sagrada na Meca, um impressionante conjunto de aviões de guerra num deserto norte-americano e formas indianas de religiosidade. Fricke vai a Auschwitz, ao Vaticano e a Constantinopla. Busca algo em comum entre a dança ritmada e circular dos derviches e o movimento cadenciado de um monge em um templo japonês. Em certo sentido, seu filme é o oposto do de Reggio. Naquele, a confusão do mundo pós-industrial, o metrô multitudinário e as salsichas saindo das máquinas se impunham como uma necessidade histórica. Tenta-se reunir o ancestral em formas muito diferentes para buscar harmonia, que em "Koyannisqatsi" parecia perdida. Passaram-se dez anos e o muro de Berlim caiu. O filme de Reggio tinha a aparência de um resultado da Guerra Fria e do caos do armamentismo, que aqui parece diluída. Texto Anterior: Trio de atores garante comédia Próximo Texto: Robert Cray vem a SP para festival de blues Índice |
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