São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994 |
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Barroco mineiro foi produto de arte edificada pelo ouro
RAQUEL RIBEIRO
Fachadas simples e interiores ricos caracterizaram estilo Desenvolvido em uma época que a Igreja tentava reavivar o fervor católico, enfraquecido pela pregação protestante na Europa dos séculos 16, 17 e 18, o barroco celebra o sofrimento de Cristo e abre as portas do céu aos devotos. Para enaltecer a fé, não se economizam colunas retorcidas, imagens e ouro, concretizando visões da glória celeste. Entre 1740 e 1780, 20 irmandades foram fundadas em quatro cidades mineiras, retratando uma sociedade que separava negros, pardos, brancos pobres e ricos. A liberdade de construção das igrejas e o espírito de rivalidade entre as ordens abriram uma arte edificada pelo ouro. Equilíbrio nos traços, simplicidade nas fachadas e interiores ricamente ornados traduzem o barroco mineiro, uma verdadeira expressão de arte brasileira. Entre os que deixaram a marca de seu talento na arquitetura sacra, uma personalidade se destaca: Aleijadinho. Sua obra de maior vulto é a basílica de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. O monumental conjunto reúne cenas do Antigo e Novo Testamentos. São seis capelas, totalizando 66 imagens de cedro, representando os Passos da Paixão de Cristo, e 12 profetas esculpidos em pedra-sabão. A origem do santuário, inspirado no de Braga (Portugal), se deve a um voto de Feliciano Mendes, português que pediu esmolas para concretizar sua promessa.(RR) Texto Anterior: Roteiro completo tem 1.669 quilômetros Próximo Texto: Tiradentes era um arraial em 1702 Índice |
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