São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994 |
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Krause anuncia que é candidato a governador de Pernambuco
FÁBIO GUIBU
A decisão reduz o leque de opções que o senador Fernando Henrique Cardoso (PSDB) dispunha para compor sua chapa à Presidência da República. Nome cotado para ser vice de FHC na provável aliança PSDB-PFL, Krause preferiu atender ao convite feito pelo governador Joaquim Francisco (PFL). Ele vai concorrer à sucessão estadual contra o deputado federal Miguel Arraes (PSB), apontado como favorito pelas pesquisas. Escorado num candidato com perfil de centro-esquerda, o PFL espera consolidar a aliança com o PMDB e PSDB no Estado. O acordo tornou-se incerto após a desistência do prefeito de Recife, Jarbas Vasconcelos (PMDB), de se candidatar ao governo. O PSDB, tradicional aliado do prefeito, dividiu-se e parte dele defende agora que o partido apóie a candidatura de Arraes. Apesar de pouco representativo no Estado, o apoio do PSDB local ao PFL ganha importância pela questão nacional. A aliança entre os partidos, tanto no Estado quanto no Brasil, afirma Krause, é um "pressuposto" para sua candidatura. Ele admite que pode até rever sua decisão de se candidatar, caso as negociações no Estado não evoluam de forma favorável. Nacionalmente, afirma, a aliança entre o PFL e o PSDB "está praticamente consolidada". Segundo Krause, o deputado federal Luís Eduardo Magalhães (PFL) "só não será o vice de Fernando Henrique se não quiser". Krause negou que já tenha negociado com FHC a possibilidade de ocupar um ministério na hipótese de perder a eleição. Procurado pela Folha, o deputado Miguel Arraes preferiu não comentar a candidatura do ex-ministro da Fazenda. Sobre suas chances de vencer as eleições, o deputado diz que vai competir "para ganhar": "Arraes não morde nem é assombração." Ele concorda, porém, que começa a corrida sucessória em desvantagem. "Mas tenho história, experiência e disposição." Krause é professor de direito fiscal e poeta concretista. Começou sua carreira política em 1975, como secretário da Fazenda do governo Moura Cavalcanti (Arena). Em 1979, foi nomeado prefeito de Recife. Em 1982, foi eleito vice-governador na chapa de Roberto Magalhães (PDS). Assumiu o governo no período 1986-87. Em 1990, foi eleito deputado federal pelo PFL. Indicado ministro da Fazenda de Itamar Franco em 1992, ficou 74 dias no cargo. Texto Anterior: CNBB rejeita texto sobre carismáticos Próximo Texto: Senador reluta em dar gorjeta Índice |
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