São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994
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Zona sul tem trilhas para cavalgar

LUIZ CARLOS DUARTE

Escolas de equitação e passeios às margens da Guarapiranga reúnem caubóis urbanos da cidade

O bairro de Riviera Paulista, uma pequena ponta de terra que avança sobre a represa de Guarapiranga (zona sul), é o paraíso dos caubóis urbanos.
É ali que se concentram os paulistanos adeptos de cavalgadas, em um território que reproduz cenários do interior, apesar de ficar a 20 minutos de carro da avenida Faria Lima.
"Encontro ótimas trilhas na região, que não deixam nada a dever a qualquer outro lugar no interior", diz o advogado e consultor de negócios Geraldo Rocha Azevedo, 56.
Ele se desloca do Itaim Bibi (zona sul), onde mora, todas as manhãs para andar a cavalo, às 7h, na Riviera.
Azevedo também é um assíduo integrante dos "night riders", um grupo pioneiro de cavaleiros que sai todas as quartas-feiras, a partir das 20h, pelas trilhas do bairro.
"À noite, o cavalo enxerga mais que o homem. A cumplicidade com o animal aumenta porque ficamos mais dependentes dele", conta Azevedo.
O lugar mais procurado é a fazenda do Ipase, um imóvel semi-abandonado, que pertence ao Estado. A fazenda tem cem alqueires de extensão e oferece aos cavaleiros belas paisagens durante o dia ou à noite.
Outras trilhas da Riviera passam às margens da represa. Existem alguns trechos em que é necessário cavalgar dentro da água. Outras incluem elevações que dão direito à ampla vista da bacia da represa de Guarapiranga.
Por causa dos cavaleiros, a Riviera já reúne uma pequena mas eficiente infra-estrutura, com escolas de hipismo, estábulos e promoção organizada de passeios com cavalos alugados (veja quadro).
Instalada há pouco mais de um ano, a empresa Compete realiza passeios para grupos com média de 20 pessoas, além das sessões de "night riders".
Os frequentadores são praticantes de enduro (competições a cavalo em longas distâncias) ou amantes das cavalgadas em grupo, sem caráter de competição.
"Já virou um vício", diz o administrador de empresas Eduardo Policastro, 39, que participa das cavalgadas nos fins-de-semana junto com seu filho Bruno, 9.
Outro núcleo que organiza passeios é o Recanto dos Cavaleiros. Seu proprietário, Luiz Antônio da Silva Araújo, 50, o Luizão, é figura conhecida na região.
Foi seu pai que organizou a tradicional romaria que sai do bairro de Santo Amaro (zona sul) rumo a Bom Jesus de Pirapora. O evento, agora presidido por Luizão, acontece no último sábado de maio e está na 74ª edição.
A maioria dos praticantes já tem alguma ou muita experiência com cavalos. Os novatos interessados podem se inscrever em cursos de noções básicas (veja quadro).
Os instrutores recomendam que as pessoas inexperientes evitem cavalgar sem conhecer os procedimentos básicos.
Segundo Luizão, com duas aulas semanais, um bom aluno já cavalga com facilidade a partir de um mês. Os primeiros passos são sempre acompanhados por guias dos cursos.

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