São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994
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Marcas líderes começam a faltar

DA REPORTAGEM LOCAL

As marcas líderes de mercado estão sumindo das prateleiras. Ocupam seu espaço nos supermercados as chamadas marcas alternativas ou de segunda linha.
A falta é provocada pela difícil negociação entre indústrias e supermercados em torno de preços.
As redes de varejo reclamam que os valores decorrentes da conversão à URV (Unidade Real de Valor) estão mais altos do que deveriam.
O consumidor, como último elo da corrente, reclama que não encontra os produtos que gostaria de ter na despensa.
Nas oito lojas do supermercado Eldorado, as marcas que não lideram seus segmentos saltaram de 10% para 20% do total oferecido.
Humberto Mendes, diretor de mercadorias da rede, diz que o Eldorado parte para alternativas quando as negociações endurecem.
"Para cada grupo de marcas líderes existe um outro na expectativa de se tornar fornecedor", diz.
Os setores de alimentos industrializados e higiene e limpeza são os que mais apresentam marcas novas. No Pão de Açúcar, por exemplo, o sabão Omo é raridade.
Em quatro de seis unidades percorridas pela Folha, entre terça-feira e anteontem, faltava o líder de vendas da Gessy Lever. Os consumidores tinham à disposição uma novidade: o sabão Klip.
Faltam ainda as marcas de sabão Quanto (Bombril) e Minerva 3 (Gessy), o macarrão Adria, o leite longa vida com as marcas Parmalat, Long e Molico, entre outras.
Para substituir as caixinhas tradicionais de longa vida surgiram as marcas Shefa, que já fabricava o leite em saquinho, Polly e Zero.
Para o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (Abia), Walter Mantovanini, a situação é passageira. "É muito difícil negociar cerca de 15 mil itens de uma vez", diz.
A indústria, segundo Mantovanini, não pode simplesmente calcular a média entre setembro e dezembro de 93 para fixar seu preço em URV porque precisa descontar promoções em vigor no período.
Firmino Rodrigues Alves, vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), acredita que a tendência é de as marcas alternativas conquistarem cada vez mais espaço.
"Elas estão mais agressivas, com produtos de qualidade", diz.
Na rede Tulha, com 15 lojas, as marcas líderes são minoria. Respondem por 40% do mix.

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sobre marcas alternativas à pág. 2-5

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