São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994
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Gabriel também tenta parecer ameaçador

ANDRÉ FORASTIERI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Uns dez anos atrás, Lou Reed resumiu: "I Wanna Be Black". Querer ser negro é dois terços da história do rock. Não dá para culpar o infeliz do Vanilla Ice por fazer o que todo mundo fez e faz.
Claro que a coisa fica especialmente ridícula e desconfortável em alguns casos. Quando um cara fica famoso por ser um banana e de repente começa a dar uma de negão ameaçador, por exemplo. É o caso do nosso baunilha.
É o caso também do nosso amigo Gabriel, O Pensador (ha-ha!), playboyzinho conhecido em sua faculdade por usar capuz de rapper americano em aula, mesmo com quarenta graus à sombra.
Mas a questão central não é cromática. O problema é que como as coisas andam rolando muito rápido, ficamos todos cheios de nostalgia, tentando nos agarrar a qualquer tipo de passado palpável.
Por isso é que tem pelo menos duas gerações com saudades de coisas que não aconteceram. Por isso é que algumas coisas muito bobas do nosso passado carregam tamanho peso emocional.
Por isso é que depois de revisitarmos os 70, temos de recuperar os 80, e os 90, e os últimos quinze minutos. Por isso é que o "novo" Vanilla Ice periga até emplacar. Já estávamos morrendo de saudades dos bons tempos - 91, 92...

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