São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994 |
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Ex-paquita participa do elenco
FERNANDO MOLICA
Para Moacyr Góes, tudo é muito natural: "Há duas coisas lindas no teatro: a capacidade do velho ator de resolver na hora o problema de uma frase e o erro do ator jovem e talentoso, fruto de sua ânsia, de sua vontade", afirma. No caso de Letícia, ocorreram trocas radicais: sai Xuxa, entra Ibsen; sai Marlene Mattos, entra Moacyr Góes. Foi bom? "Foi ótimo. Como paquita, fazia shows para 60 mil pessoas. Era um esforço para fora, para que todos pudessem me ver. Eu tinha que ir às pessoas. Aqui, é o contrário. Tenho que fazer com que elas venham a mim. É difícil...". Letícia foi a vencedora de uma série de testes. Ponto na luta contra o estigma de loura burra. "Mesmo na época de paquita vinha exercitando teatro, trabalhando voz, expressão corporal. Mas ainda tenho muito o que estudar", diz Letícia. No outro lado pontifica Ítalo Rossi, que também elogia as diferenças do elenco. "Não temos que nos restringir a um grupo. É muito melhor encontrar outras cabeças, outras idéias", completa Rossi, um quase veterano em Moacyr Góes –esta é sua terceira partipação em montagens do diretor. A montagem de "Peer Gynt" nasceu em substituição a um projeto frustrado da dupla Moacyr Góes e José Mayer: levar aos palcos uma versão de "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa. A negociação em torno dos direitos autorais ficou emperrada e a dupla trocou Minas pela Noruega. "A troca foi maravilhosa. A peça é genial, comovente", diz Mayer. Peer Gynt, o personagem, é definido por Mayer como sendo "cheio de possibilidades". "Ele alterna todos os climas, joga em todos os sentidos. Vai do vigor à suavidade. Passa do egoísmo da juventude às angústias mais profundas da velhice", completa. Texto Anterior: Cravista grava obras brasileiras do século 18 Próximo Texto: Moacyr Góes estréia 'Peer Gynt' Índice |
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