São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994 |
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Polícia paulista investiga "conexão caipira"
EDMILSON ZANETTI
O primeiro indício da "conexão caipira" está em Fernandópolis (a 120 km de S. J. Rio Preto). Preso pela Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes), o bicheiro Aparecido Donizeti Manço disse, durante interrogatório, que trabalha para Noal. O 1.ºDP de Fernandópolis enviou ao Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital) uma carta precatória para ouvir Noal. Carta precatória é o documento pelo qual um órgão judicial solicita que outro tome depoimento de alguém fora de sua área de competência. Na sexta-feira, Noal não quis falar sobre o assunto à Folha. Ele é o maior bicheiro do Estado. Movimenta em torno de US$ 600 mil por dia, segundo a polícia, com domínio de 40% do jogo. O titular da Dise de Fernandópolis, Diomar Durval, que comandou a prisão de Manço, disse não acreditar na relação do bicho no interior com o tráfico de drogas. Para o delegado seccional de Rio Preto, Aparecido Capello, 46, a única ligação que acredita haver entre bicheiros do interior com Noal é para "descarga" de jogo. "Descarga" é o nome da operação contábil através da qual banqueiros menores repassam apostas altas para banqueiros maiores. A ofensiva contra os bicheiros do interior faz parte das investigações da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo sobre uma provável conexão do jogo do bicho com tráfico de drogas e corrupção. Além de Manço em Fernandópolis, a polícia da região prendeu este mês em Catanduva o banqueiro Antonio Carlos Mazini e em Santa Fé do Sul o bicheiro Ambrósio Gonçalves Neto. Todos foram liberados após pagarem fiança. Texto Anterior: Biscaia acusa intimidações Próximo Texto: Polícia investiga bancas responsáveis por apostas no Vale do Paraíba Índice |
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