São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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Arte já não copia a realidade

"Fonte", de Duchamp (1914)
"As Senhoritas de Avignon", de Pablo Picasso, datada de 1907

A arte na passagem para o século 20 põe em questão a autonomia da linguagem artística. Ela não pode ser mais a réplica da realidade (o que até os impressionistas pretendiam fazer), tarefa que a fotografia e outras técnicas já desempenhavam com maior precisão.
É preciso "construir algo, em vez de copiar algo", como disse Paul Gauguin. Paul Cézanne (1939-1906), Vincent van Gogh (1853-1890) e Gauguin (1848- 1903) são os três principais artistas que tratam dessa questão.
Nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o legado dessas três obras impulsiona os principais movimentos modernistas: cubismo, expressionismo e fauvismo. O dadaísmo também começa a surgir nesse período.
Cubismo - Movimento ocorrido entre 1907 e 1914, protagonizado por Picasso e Braque. As figuras são quebradas em planos e reorganizadas sem a utilização da perspectiva tradicional.
As referências à arte primitiva também servem para contestar a noção de profundidade renascentista.
Expressionismo - Surge no final do século 19 e torna-se dominante na década de 1910 em países do norte da Europa, como a Alemanha.
Busca representar o estado de alma angustiado do artista no mundo, lançando mão de formas distorcidas e pinceladas violentas, como se vê na tela "O Grito", de Munch.
Fauvismo - Exalta a cor pura, aplicada em pinceladas selvagens ("fauve" significa fera em francês). Moreau, Matisse e Rouault praticam o estilo entre 1905 e 1907.
Dadaísmo - Manifesta-se entre 1915 e 1922 em Zurique (Suíça), Nova York e Paris; depois chega à Alemanha. Critica o convencionalismo e a sacralização da arte nos museus.
Utiliza formas livres (recortes, colagens, relevos) e subverte a utilidade de objetos prontos ("ready-mades"). Um exemplo é "Fonte", de Duchamp, que se trata de um urinol deitado.

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