São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 1994
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Lula tenta acordo com radicais

DA REPORTAGEM LOCAL

O virtual candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, começa hoje a tentativa de costurar um acordo entre os grupos do partido para evitar que o Encontro Nacional radicalize o programa de governo.
Lula chega de manhã a São Paulo e, à tarde, deve começar a conversar com os líderes das tendências petistas. Nas mãos, um documento que traz as principais divergências sobre o conteúdo de sua plataforma.
O mapeamento das divergências foi pedido por Lula antes de embarcar para sua recém-terminada caravana eleitoral. O tema mais explosivo no partido continua sendo a adoção ou não da moratória para a dívida externa.
Em vários encontros estaduais que elegeram delegados para o Encontro Nacional, a tese da moratória foi vitoriosa. Lula defende que o princípio básico no tema seja a renegociação política com os credores.
O Encontro Nacional começa sexta-feira em Brasília e oficializa a candidatura de Lula no domingo. No final do evento, o petista fará o primeiro comício de sua campanha eleitoral.
Além da moratória, será tentado durante a semana um acordo sobre privatização e política para as Forças Armadas num eventual governo petista.
O Encontro Nacional do PT é o fórum final para a definição do programa de governo e das alianças eleitorais do PT nos Estados.
O programa ainda pode ser modificado em temas laterais pelos partidos que apoiarão Lula, mas os pontos principais não sofrerão alterações.
O "acordão" desenhado por Lula uniria o seu grupo, a "Unidade na Luta", com a "Opção de Esquerda". Juntas, as duas alas somam mais de 60% dos votos do encontro. O problema é que a "Opção de Esquerda" quer a moratória.

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