São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 1994 |
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Queda de subsídio incentiva exportação
SUZANA BARELLI
Fechado há dez dias no Marrocos, o acordo prevê a redução dos subsídios dados à produção agrícola em todo o mundo (veja quadro ao lado). Baseada em cálculos preliminares, a Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná) prevê que as exportações agrícolas brasileiras poderão aumentar em US$ 800 milhões num prazo de seis anos. Os produtos mais favorecidos, segundo Nelson Costa, economista da Ocepar, são as carnes bovina, de aves e suínas, além de açúcar, óleo e laranja. "Realmente os produtos brasileiros terão mais condições de competir no mercado mundial", afirma Mauro Lopes, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas. Segundo ele, a redução dos subsídios diminui a "concorrência desleal" dos produtos europeus e americanos, causada pelos subsídios dados aos agricultores. As maiores vantagens para os brasileiros devem ser percebidas no Mercado Comum Europeu, que sobretaxa produtos importados de outros países. "Com a diminuição dos subsídios, a produção interna européia tende a ficar mais cara", afirma Lopes. Luiz Antonio Pinazza, da Agroceres, diz que será inevitável o surgimento de novas praças para as exportações brasileiras. "O acordo aumentou de 3% para 5% a quantidade de produtos agrícolas que cada país deve importar para consumo", lembra. Como exemplo, Pinazza cita o Japão, que poderá aumentar a compra de arroz dos Estados Unidos. "Em consequência, mercados atendidos pelos EUA, poderão ser conquistados pelo Brasil", diz. Pinazza estima que o corte dos subsídios tende a diminuir as exportações da Europeu e dos Estados Unidos em 14 milhões de toneladas de trigo, 534 mil t de óleo vegetal, 490 mil t de carne, 307 mil t de arroz, 168 mil t de aves e 100 mil t de suíno. Texto Anterior: O QUE MUDA NA AGRICULTURA COM A RODADA DO URUGUAI Próximo Texto: Usina de cana começa a moer a safra de 94 Índice |
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