São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 1994
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PT quer profissionalizar sua campanha

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT quer profissionalizar a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência e evitar a repetição de erros cometidos na última eleição presidencial, em 89.
O quartel-general da campanha será inaugurado no dia 6 de maio. O PT pagará US$ 6.000 mensais pelo aluguel de um prédio em São Paulo de três andares, 2.000 metros quadrados, e estacionamento para 40 carros.
As principais preocupações com a campanha são as seguintes:
1) Pesquisas – O PT quer pesquisas constantes sobre o desempenho de Lula e seus adversários.
"A campanha de 89 foi o reino da improvisação. Só no finalzinho foram contratadas algumas pesquisas", explica Markus Sokol, um dos coordenadores da campanha.
Ele diz que a meta é realizar, no mínimo, uma pesquisa mensal e ter uma empresa que não preste serviços a outros candidatos.
2) TV e rádio – As pesquisas servirão também para traçar a estratégia do horário eleitoral do PT. "O planejamento dos programas tem por base pesquisas que mostram as qualidades do nosso candidato e as falhas dos adversários", diz Sokol.
O vice-presidente do PT Rui Falcão dá o perfil do profissional ideal para a realização dos programas: "queremos uma pessoa que tenha experiência em campanhas e coração petista".
3) Área jurídica - Nos dias 2 e 3 de maio o PT realiza um seminário em Brasília para discutir as mudanças da nova lei eleitoral.
Uma das principais preocupações é a questão do financiamento da campanha. "Não podemos cometer qualquer deslize nessa área", diz Sokol.
4) Apuração paralela - O receio de fraudes faz com que o PT já pense em um sistema nacional de apuração paralela de votos. O partido estuda um sistema que não se restrinja ao acompanhamento da apuração e faça também a checagem dos dados.
5) Banco de dados – Segundo Sokol, o PT pretende criar um banco de dados que poderá ser consultados por candidatos petistas de diferentes pontos do país.
Lula encerrou ontem em Goiânia a 6ª caravana de sua campanha.
Ao chegar em São Paulo, ele descartou a possibilidade de se encontrar com Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para fazer um trato de não-agressão durante a campanha. A proposta foi feita na semana passada por FHC.

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