São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Juro real do CDB pode chegar a 2,6% em 30 dias

DA REPORTAGEM LOCAL

O CDB indexado à URV (Unidade Real de Valor) deverá pagar um juro real (acima da inflação) entre 2,3% e 2,6% pelo prazo de 30 dias aos investidores.
Segundo os dirigentes de instituições financeiras, esta é a taxa equivalente nas operações de venda de CDBs prefixados, sobre a variação da URV.
"O mercado todo está preparado", afirma Carlos Fagundes, diretor financeiro do Banco Itamarati. "O CDB em URV não é nenhum bicho de sete cabeças, só vem para ajudar."
Para o investidor, o que muda é que se deve converter os cruzeiros investidos em URV na hora do depósito. É sobre a quantidade de URVs que se calcula o juro real contratado.
No vencimento do papel, que terá prazo mínimo de 30 dias, o investidor paga Imposto de Renda sobre o ganho que exceder a variação da Ufir do período.
Para Luiz Eduardo Assis, diretor de investimento do Citibank, "é importante lançar produtos em URV para acostumar as pessoas à idéia de uma moeda estável."
Os profissionais do mercado financeiro acham que o CDB em URV terá aceitação dos investidores por criar uma alternativa num ambiente de inflação elevada.
"Se o aplicador traçar o cenário de que a inflação vai subir, deve comprar um CDB em URV", aconselha Paulo Mallmann, diretor financeiro do Banco BMC.
Se for o contrário, ou seja, o investidor trabalhar com a hipótese de queda da inflação, o melhor será ficar no CDB prefixado.
Outro conselho dos especialistas: prestar atenção na data da criação do real. Todos apostam que o juro real será muito maior na primeira fase da nova moeda.
Por isso, não se deve comprar CDB prefixado ou indexado à URV, com prazo de 30 dias, que vença depois da mudança de padrão monetário.
Nenhuma das duas aplicações vai embutir o juro que será praticada no mês de largada do real.

Texto Anterior: Governo autoriza aplicações em URV
Próximo Texto: Talidomida combate cegueiras, diz estudo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.