São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fascículos "qualidade total" –democratização da informação

LUIZ CARLOS BARBOZA

Atualmente, mais do que em outros tempos, o sucesso nos negócios depende fundamentalmente do conjunto de pessoas envolvidas. Os rápidos avanços na tecnologia de "o quê" e "como" fazer têm trazido mudanças constantes, exigindo adaptabilidade e flexibilidade que somente podem ser alcançadas através dos indivíduos.
Neste novo ambiente, que depende mais das pessoas do que apenas de máquinas mais velozes e automatizadas, as médias e pequenas empresas possuem algumas vantagens comparativas. Assoma-se, entre outras vantagens, a estrutura organizacional mais "enxuta", propiciando o contacto mais próximo e direto entre a cúpula diretiva e a força de trabalho.
A introdução de uma nova gerência baseada nos princípios de "qualidade" pode parecer, numa primeira análise, favorecer as grandes empresas, que dispõem de maiores recursos para a contratação de especialistas e consultores. Ao contrário, porém, estruturas maiores podem consumir mais tempo e enfrentar maiores resistencias às mudanças. As médias e pequenas empresas, apesar de não disporem do mesmo nível de recursos, podem implementar mais rapidamente seus programas de qualidade.
A qualidade, em vez de "modismo" ou de uma proposta de técnicas sofisticadas apenas acessíveis às grandes organizações, constitui na verdade, um conjunto de valores, atitudes e comportamentos. E é praticável por todos aqueles que queiram elevar sua competitividade. Basta conscientizar-se de sua necessidade, "arregaçar as mangas" e adaptar os primeiros passos.
Neste contexto, os fascículos Qalidade Total –editados pela Folha de S.Paulo em parceria com o Sebrae, são um poderoso veículo de disseminação de informações sobre qualidade.
Sem receio de cometer ou excesso de expressão podemos afirmar que o lançamento da série de fascículos representa um marco divisório no movimento brasileiro pela qualidade. Todas as pesquisas, inclusive as realizadas pela CNI, têm apontado que o grau de conhecimento e de adesão aos programas de qualidade é bastante reduzido entre as pequenas e médias empresas.
Pergunta-se o que estaria faltando para que um número maior de pequenas e médias empresas pudessem ter acesso a processos que aumentam a qualidade de seus produtos e serviços. A resposta é, sem dúvida alguma, a divulgação por veículos de comunicação que alcancem massivamente centenas de milhares de interessados em todo o país.
Com tiragem semanal a 720.000 exemplares os fascículos sobre qualidade vêm democratizar o acesso às informações para auxiliar as empresas a vencerem a guerra contra o desperdício, a melhorarem o ambiente de trabalho e melhor atenderem às expectativas e necessidades de seus clientes.
Em verdade, esta iniciativa da Folha, inédita na mídia impressa e sem paralelo quanto ao número de pessoas atingidas, constitui uma importante contribuição para a introdução de uma nova cultura nas empresas brasileiras.

LUIZ CARLOS BARBOSA, 38, é chefe do Departamento de Assistência à Média e Pequena Indústria, da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Coordenador dos Programas Setoriais da Indústria no PBQP (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade).

Texto Anterior: Parceria e participação
Próximo Texto: Aumentando a mesa; Reduzindo o risco; Desempenho de líder; Sangria estancada; Dívida menor; Concordata confirmada; Presença japonesa; Diferencial no bolso; Contra o desperdício; Vôo rasante
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.