São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 1994
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Banana na cozinha

Bananana cozinha
Pergunte-se se é possível confiar numa escritora jovem cujo primeiro nome é Banana e que dedica seu primeiro trabalho ao gerente do restaurante onde ela trabalhava na adolescência, o sr. Tokuji Kakinuma. Além disso, seu tema favorito são as inúmeras incertezas que passam pela cabeça de quem está crescendo na histérica cultura japonesa contemporânea. Não está interessado? É bom ficar.
O título original do trabalho que lançou Banana Yoshimoto é "Kitchin". Em inglês, "Kitchen", ou "Cozinha" em português. Esse é o lugar favorito da personagem criada por essa escritora de 30 anos, atração da pouco divulgada literatura contemporânea do Japão. Pequenas edições na Europa e um lançamento significativo nos Estados Unidos (a autora ainda é inédita no Brasil) prometem exportar a sensibilidade de Yoshimoto para leitores curiosos sobre o estilo de vida jovem e urbano de seu país. Mais uma vez, é bom ficar bem interessado.
De se estilo, o que pode ser dito é que é extremamente honesto e simples. Como a autora explica na edição americana de "Kitchen", esse livro foi o resultado de uma história de persistência, de uma vontade de escrever até ter o "ato de dizer" fora de seu sistema.
Assim, Banana criou uma narração direta e transparente, onde a partir de um cotidiano específico (japonês) ela conseguiu falar de aflições mais gerais. Sempre é meio assim –tem sempre que aparecer uma "voz da geração". Só que cada país tem a Tama Janovitz (ou a Maria Mariana) que merece.

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