São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994 |
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FHC recebe ultimato do PFL e anuncia Magalhães como vice na 6ª TALES FARIA; GABRIELA WOLTHERS TALES FARIA; GABRIELA WOLTHERS
Junto com o anúncio, FHC fará o convite para o líder do PFL na Câmara, Luís Eduardo Magalhães, ser o vice da chapa. A "cerimônia" ocorrerá durante encontro do candidato com a principal liderança do PFL, o ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães. Luís Eduardo é filho de ACM e era o mais cotado para a vaga. Mas anteontem à noite ele comunicou ao presidente do PFL, Jorge Bornhausen, que não iria mais aceitar concorrer a vice. "Eu nunca quis a vaga e essa história toda só está me desgastando. Se convidarem agora eu não aceito", disse o deputado ao presidente de seu partido. Bornhausen respondeu que sua desistência inviabilizaria a aliança e que, nesse caso, era melhor o PFL dar um ultimato ao PSDB. Foi o que ele fez ontem em conversa telefônica com o vice-presidente do PSDB, Pimenta da Veiga, e em reunião à noite com FHC. "Sem Luís Eduardo não há aliança", disse Bornhausen a Pimenta da Veiga. Logo depois, o próprio FHC telefonou do Rio de Janeiro para ACM, na Bahia, e marcou o encontro de sexta-feira. ACM informou o encontro a seu filho. No início da tarde, Luís Eduardo já voltava atrás na sua decisão. "Sou um homem de partido e não tomarei nenhuma atitude em desacordo com o PFL. Meu nome não está mais descartado", disse. As ameaças de Luís Eduardo haviam deixado em pânico os tucanos favoráveis à aliança. "Sem o PFL, vamos perder a eleição. Não entendo a vocação suicida do PSDB", dizia pela manhã o deputado Maurílio Ferreira Lima (PSDB-PE). Ele afirma que há 15 dias Luís Eduardo disse a FHC que sabia das resistências contra seu nome dentro do PSDB e que ele mesmo não pretendia ser vice. Ferreira Lima relata: "Ele preferia concorrer à reeleição para se candidatar a presidente da Câmara no ano que vem e se colocou à disposição para encontrarmos uma saída. Luís Eduardo e FHC combinaram aquela comissão que discutiria o programa conjunto, deixando para depois a questão do vice." Segundo Ferreira Lima, três dias depois o PSDB voltou atrás na questão do programa conjunto, o que gerou a irritação de Luís Eduardo. "Agora, se o PFL sai, perdemos credibilidade para negociar alianças com outros partidos", afirma Ferreira Lima. Texto Anterior: Empreiteira apresentou proposta abrindo mão de lucro em obras Próximo Texto: Intelectuais apóiam FHC Índice |
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