São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 1994 |
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Justiça ao inverso
NELSON DE SÁ
São ambos do PFL, o partido que, entra ditadura, entra democracia, não deixa o poder. Ricardo Fiuza foi o antecessor de Luís Eduardo Magalhães, aliás, na liderança dos mesmos pefelistas da Câmara. Agora, com Itamar Franco e sobretudo com um eventual Fernando Henrique Cardoso, lá estão eles, assinando presença junto ao poder. Furtivamente, nos cantos, às escondidas. Depois tem gente que ainda se debate com a "inversão de valores", reinante no Brasil, como fazia ontem o âncora do TJ Brasil. O comentário, um pouco cansado, surgiu diante da convocação do procurador Antônio Carlos Biscaia, que levantou o escândalo do bicho, pelos deputados estaduais do Rio de Janeiro. Eles queriam "cobrar explicações". Explicações de um procurador, logo para quem –os próprios. Acabou em violência, como bem mostrou o Jornal Nacional. E não poderia acabar em outra coisa, pelo jeito, se o fim é garantir justiça. Ricardo Fiuza, ontem, outra vez, pediu por justiça em oposição à violência. Conseguiu assim sua "situação muito boa", como registraram os noticiários. Ao que parece, hoje no Brasil, para que uma aconteça é exigência que venha acompanhada da outra. Munhoz também A campanha corre solta. Agora é o peemedebista Barros Munhoz quem aparece na televisão, na Record, para ir desde já acostumando os eleitores à sua candidatura. É "o futuro governador de São Paulo", afirmava abertamente o comercial, cuja desculpa mal contada era ser uma convocação aos convencionais do PMDB. Tem que perdoar Nilton Santos, a enciclopédia do futebol, como lembrou o Aqui Agora, apareceu ontem na televisão –sempre com um jeito que é simples e absolutamente superior– para explicar a quem ainda não se conforma: "O Parreira nunca jogou bola. A gente tem que perdoar." Texto Anterior: Assessor diz que Folha 'distorceu' frase de Lula Próximo Texto: PFL paulista articula aliança com PPR e PP Índice |
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