São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 1994 |
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Inglês é preso por falsificar documentos do namorado
SÉRGIO MALBERGIER
Se Watson tivesse uma parceira mulher, a permissão poderia ser obtida legalmente. Watson trabalhava no serviço de imigração do aeroporto de Gatwick. Em 1990, ele conheceu Da Silva durante uma visita ao Amazonas. "Em fevereiro, nós decidimos que queríamos viver juntos", disse Watson. O casal comprou uma casa de US$ 80 mil, mas Watson, funcionário da Imigração, sabia que precisava legalizar a situação do parceiro. Ele estendeu o visto de Da Silva indefinidamente com um selo que seria usado caso o brasileiro tivesse se casado com uma britânica. Em junho de 92, Watson foi transferido para a sessão da Imigração que "caça" imigrantes ilegais. Lá ele forjou documentos para legalizar a situação de Da Silva e os assinou com as iniciais de um colega de trabalho. Os dois foram descobertos e presos em setembro passado. Da Silva, que estava há 17 meses com o visto vencido, deixou o país voluntariamente pouco antes de ser deportado. Grupos homossexuais britânicos pressionam o governo para aceitar relações homossexuais "estáveis" como suficiente para garantir ao parceiro estrangeiro o direito de permanecer no país. Hoje em dia, somente quando o parceiro britânico tem Aids ou doença relacionada a Aids o parceiro estrangeiro recebe permissão para continuar no Reino Unido. Por enquanto, boa parte dos estrangeiros acertam casamentos de conveniência com britânicos do sexo oposto. É comum em jornais homossexuais anúncios buscando ou oferecendo parceiros de conveniência ao custo médio de US$ 3.500. Ilegais Não há números oficiais nem estudo sobre quantos brasileiros vivem ilegalmente no Reino Unido. Há estimativas que variam de 20 mil a 50 mil. Apenas 1.596 se registraram no consulado brasileiro em Londres para votar nas eleições presidenciais de outubro. O governo britânico vem apertando a perseguição aos estrangeiros em situação irregular no país. No ano passado, 10 mil deles foram deportados. Atualmente, há oito estrangeiros em greve de fome nos centros de detenção onde se espera o término do processo de deportação. Texto Anterior: Legalização causa 'guerra' de Poderes no Havaí Próximo Texto: Manifestação paralisa zona leste Índice |
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