São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 1994
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Andy Garcia ruma para o estrelato

ANA MARIA BAHIANA
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

Andy Garcia é um ator em ascensão. Depois de bons papéis, como em "Os Intocáveis", "O Poderoso Chefão 3" e "Herói por Acidente", mas sempre cumprindo a função de apoio para astros como Kevin Costner, Al Pacino e Dustin Hoffman, Garcia conquista a chance de brilhar num papel distante de sua imagem até agora.
Em "When a Man Loves a Woman", que deve estrear no Brasil em setembro, Garcia faz um pai que tenta salvar a família da destruição a que o alcoolismo da esposa (feita por Meg Ryan) conduz.
O ator concedeu a seguinte entrevista à Folha, em que comenta esta nova experiência.

Folha - Como se faz pesquisa para representar o paciente marido de uma alcoólatra?
Andy Garcia - Existe um grupo de apoio para parentes de alcóolatras, o Alanon. Eu frequentei muitos desses encontros. Não é exatamente uma terapia –é um lugar de apoio e ajuda, onde as pessoas vão em busca de um pouco de alívio para suas vidas.
Para mim, para o meu personagem, era importante compreender a mecânica desses encontros.
Folha - A experiência teve algum impacto pessoal para você?
Garcia - Não especialmente, a não ser para o personagem. Não tenho problema com alcoolismo e não existe um problema de alcoolismo na minha família, portanto...
O que realmente afeta minha vida pessoal é o ritmo de trabalho, sair de casa cedo, voltar às oito, nove da noite, não poder estar com meus filhos. A vida familiar é fundamental para mim. É o que me mantém com os pés no chão.
Folha - Vindo de uma cultura latina, que tem uma tradição de tolerância à bebida, qual sua posição com relação ao tema do filme?
Garcia - Eu não considero que bebida ou alcoolismo sejam os temas deste filme. Mas, pessoalmente, acho que deveriam haver limites estritos para o consumo de bebida alcoólica.
Folha - Se este filme não é sobre alcoolismo, sobre o que é?
Garcia - Sobre as relações amorosas e pessoais dentro de uma família disfuncional. Um casal co-dependente que parece obcecado em negar que tem problemas.
Pessoas inteiramente normais, como eu e você, que, de repente, se descobrem à beira do abismo.
Folha - Você se envolveu com o projeto como uma forma de passar uma mensagem sobre o tema?
Garcia - Não. Não acredito em mensagens. O roteiro me atingiu num plano muito emocional. Fiquei sinceramente comovido ao lê-lo. Não foi nem um pouco racional.
Então eu o abordei também de uma forma muito emocional, tentando trazer o máximo de sentimento meu, genuíno, para o papel.
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sobre "When a Man Loves a Woman" à pág. 5-3

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